Economia

Expansão do crédito provoca aumento das vendas do comércio

Segundo os analistas do Bradesco, economia corre o risco de ver uma alta na inflação mesmo com juros altos e freio à produção

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h42.

Os constantes aumentos na taxa de juros, promovidos pelo governo, não afetaram as vendas do varejo no mês de março. A pesquisa, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as vendas cresceram 1,75% em relação a fevereiro. O segmento de bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos, que depende mais de financiamento, teve um desempenho ainda melhor 3,61% mesmo estando mais sujeitos ao impacto dos juros.

Segundo os economistas do Bradesco, essa aparente contradição é facilmente explicada pelo crescimento da oferta de crédito no mercado. "Não é de hoje que os efeitos contracionistas dos sucessivos aumentos de juros estão sendo, ao menos em parte, compensados pela expansão do crédito", dizem os analistas do banco.

Já as vendas de bens não duráveis, como produtos alimentícios, aumentaram em 2,06%. Nesse caso, a explicação é outra. De acordo com o relatório do Bradesco, pesam a confiança do consumidor e o aquecimento do mercado de trabalho. Em uma escala de 0 a 200 pontos, o otimismo do consumidor brasileiro com a economia está em 142 pontos, considerado bastante positivo. A massa real de salários, que aumentou 3,5% nos últimos 12 meses, também ajudou.

Inflação

O bom resultado do varejo, entretanto, pode trazer conseqüências indesejadas. "Sinais de que o comércio varejista esteja aquecido tende a favorecer aumentos de preços", dizem os economistas do Bradesco. No relatório, eles ainda fazem um alerta: se, por um lado, o mercado varejista não está sentindo o peso dos juros, é preciso verificar se essas mesmas taxas não estaria prejudicando a produção. "É para o efeito da taxa de juros nos investimentos, portanto, que as atenções devem se voltar."

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