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Erdogan diz aos turcos para comprarem lira enquanto EUA anuncia tarifas

Presidente da Turquia disse aos turcos para venderem ouro e dólares para sustentar lira, com moeda em queda em meio à disputa travada por Trump

Tayyip Erdogan: líder disse que partidários de golpe militar fracassado há dois anos estavam atacando a Turquia de novas maneiras desde sua reeleição (Umit Bektas/Reuters)
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Reuters

Publicado em 10 de agosto de 2018 às 17h54.

Istambul/Washington - O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan , disse aos turcos nesta sexta-feira para venderem ouro e dólares para sustentar a lira, com a moeda em queda livre em meio à disputa travada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que dobrou as tarifas sobre as importações de metais do país.

A lira vem caindo há muito tempo diante de preocupações com a influência de Erdogan sobre a política monetária turca e o agravamento das relações com os Estados Unidos . O movimento foi intensificado nesta sexta-feira, quando a moeda chegou a recuar 18 por cento, a maior queda num único dia desde a crise financeira de 2001 na Turquia.

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Reflexos da crise se espalharam pelos mercados globais, impactando especialmente os mercados acionários europeus, com os investidores preocupados com a exposição dos bancos à Turquia . As ações dos EUA também foram abaladas.

A lira, que perdeu mais de 40 por cento este ano, bateu um novo recorde de baixa depois que Trump anunciou que iria punir Ancara em uma ampla disputa. Ele disse que autorizou tarifas mais altas sobre as importações da Turquia, que é sua aliada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), impondo tarifas de 20 por cento sobre o alumínio e 50 por cento sobre o aço.

Trump escreveu no Twitter que a lira "cai rapidamente contra o nosso dólar muito forte!"

"Nossas relações com a Turquia não são boas neste momento!" disse ele em uma publicação pela manhã.

Um importante mercado emergente, a Turquia faz fronteira com o Irã, Iraque e Síria e tem sido predominantemente pró-ocidente há décadas. Turbulências financeiras aumentam os riscos de desestabilizar ainda mais uma região já volátil.

Sem nomear países, Erdogan disse que os partidários de um golpe militar fracassado há dois anos, que Ancara diz ter sido organizado por um clérigo muçulmano baseado nos EUA, estavam atacando a Turquia de novas maneiras desde sua reeleição há dois meses.

Embora Erdogan tenha adotado um tom desafiador e alertado sobre a "guerra econômica", seu Ministério de Relações Exteriores pediu diplomacia e diálogo para resolver problemas com Washington.

"Imploramos ao presidente Trump que retorne à mesa de negociações", afirmou, por sua vez, o ministro do Comércio, Ruhsar Pekcan.

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