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Inflação surpreende e cai 0,21% em novembro, menor taxa para mês do Real

Os dados do IPCA divulgados nesta sexta-feira (07) pelo IBGE surpreenderam o mercado financeiro; queda foi puxada por energia elétrica e combustíveis

Bandeira tarifária da energia teve menor peso em novembro do que em outubro (Ueslei Marcelino/Reuters)

João Pedro Caleiro

Publicado em 7 de dezembro de 2018 às 09h07.

Última atualização em 7 de dezembro de 2018 às 10h14.

São Paulo - O Brasil teve deflação de 0,21% em novembro, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (07) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Foi a menor taxa do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) desde junho de 2017 e a menor taxa para o mês de novembro desde a implantação do Plano Real em 1994.

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O último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (03), mostra que os economistas do mercado financeiro já esperavam uma queda da inflação , mas não tão intensa: -0,07%.

Em outubro, a inflação havia sido de 0,45%. O acumulado nos últimos 12 meses está agora em 4,05%, abaixo dos 4,56% dos 12 meses imediatamente anteriores.

A meta de inflação definida pelo governo para 2018 é de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (3%) ou para cima (6%).

Andre Perfeito, economista-chefe da corretora Spinelli, diz que a "surpresa baixista" reforça a perspectiva de manutenção dos juros em 6,5% ao longo de 2019, posição também defendida pelo banco Itaú em reunião nesta semana.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central se reúne na terça-feira (11) pela última vez no ano e vai anunciar a decisão sobre a Selic na quarta-feira (12).

Razões

A energia elétrica foi a maior responsável pelo tombo. Os preços caíram 4,04% em novembro e responderam por um impacto de -0,16 ponto percentual na taxa final.

Em novembro, passou a vigorar a bandeira amarela, que gera uma cobrança adicional de R$ 0,01 para cada kwh consumido. Em outubro, a cobrança adicional era bem maior: R$ 0,05 por kwh consumido.

O grupo Transportes, que havia tido o maior impacto positivo em outubro, mudou de direção e teve queda de 0,74% e impacto negativo de 0,14 ponto percentual.

“A queda nos combustíveis foi causada, principalmente, pela gasolina, que caiu 3,07%. Foi o segundo maior impacto negativo individual, que foi 0,15 ponto percentual. A Petrobras reduziu em 24% o valor cobrado nas refinarias. E uma parte disso foi repassada para o consumidor final”, explica o analista de Índice de Preços, Pedro Costa, em nota do IBGE.

Dos nove grupos ´pesquisados, cinco tiveram queda no mês. Além dos Transportes, caíram Habitação (-0,71%), Vestuário (-0,43%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,71%) e Comunicação (-0,07%).

Alimentação e Bebidas, de longe o grupo com maior peso no orçamento das famílias, desacelerou de 0,91% em outubro para 0,34% em novembro, mas teve o maior impacto positivo no mês: 0,10 ponto percentual.

Grupo Variação outubro, em % Variação novembro, em %
Índice Geral0,45-0,21
Alimentação e Bebidas0,590,39
Habitação0,14-0,71
Artigos de Residência0,760,48
Vestuário0,33-0,43
Transportes0,92-0,74
Saúde e cuidados pessoais0,27-0,71
Despesas pessoais0,250,36
Educação0,040,04
Comunicação0,02-0,07

 

Grupo Impacto outubro, em p.p. Impacto novembro, em p.p.
Índice Geral0,45-0,21
Alimentação e Bebidas0,150,10
Habitação0,02-0,11
Artigos de Residência0,030,02
Vestuário0,02-0,03
Transportes0,17-0,14
Saúde e cuidados pessoais0,03-0,09
Despesas pessoais0,030,04
Educação0,000,00
Comunicação0,000,00

 

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