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Dólar sobe 6%, fecha a R$ 3,78 e já vale menos que o peso

O dólar comercial encerrou o dia com alta de quase 6% e vendido a R$ 3,78, a nova alta histórica de fechamento do Plano Real. A moeda americana foi pressionada durante todo o dia. Por volta de 15h45, atingiu o pico a R$ 3,805 -- a maior desvalorização da moeda brasileira desde que foi criada […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h26.

O dólar comercial encerrou o dia com alta de quase 6% e vendido a R$ 3,78, a nova alta histórica de fechamento do Plano Real. A moeda americana foi pressionada durante todo o dia. Por volta de 15h45, atingiu o pico a R$ 3,805 -- a maior desvalorização da moeda brasileira desde que foi criada em julho de 1994. A alta serviu até mesmo para esquentar a rivalidade com a Argentina. Com a expressiva desvalorização de hoje, o real já está valendo menos que o peso argentino.

O que fez o câmbio subir tanto em uma tarde apenas? Dois motivos: o rumor de que nova pesquisa Ibope já apontaria Lula muito próximo da vitória no primeiro turno e uma dívida de US$ 1,52 bilhão que vence nesta quarta-feira e que será liquidada pelo Banco Central em reais juntos às instituições financeiras.

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Ibope

A pesquisa do Ibope feita sob encomenda para o Jornal Nacional mostra uma variação positiva de Lula (PT) de dois pontos percentuais, chegando a 41%, contra 39% do último levantamento. Serra (PSDB) perdeu um ponto, passando de 19% para 18%. O candidado do PSB, Anthony Garotinho, passou de 14% para 15%; enquanto Ciro Gomes (PPS), caiu mais de 14% para 12%. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.

Na simulação de segundo turno, segundo o Ibope, o tucano José Serra é o que tem mais chances contra o petista: 55% contra 35%. Contra Garotinho, o resultado é de 55% a 34%. Se disputar o segundo turno contra Ciro, Lula ficaria com 56% contra 32% do candidato do PPS.

A pesquisa do Ibope foi feita de 21 a 24 de setembro e ouviu 3 000 pessoas em 203 cidades do país. O total de votos brancos e nulos no primeiro turno ficou em 4%, enquanto o percentual de indecisos ficou em 10%.

Luz vermelha

A luz vermelha na preocupação dos investidores foi acionada no fim de semana quando o Datafolha mostrou Lula passando de 40% para 44% e José Serra, o candidato governista e de confiança dos mercados, caindo de 21% para 19%.

Nesta segunda-feira, o dólar já havia operado sob a tensão dos novos números e de olho na dívida do BC, e o dólar fechou pressionado a R$ 3,57, então a maior alta do Plano Real. Depois do Datafolha, todas as atenções do mercado se voltaram para a pesquisa Ibope-Rede Globo, que semanalmente acompanha o desempenho dos presidenciáveis, e é divulgada toda terça-feira à noite.

Real em ritmo de tango

O nervosismo do mercado em relação ao cenário eleitoral e o vencimento de dívidas em dólar nesta quarta-feira fizeram o real, quem diria, alcançar o peso argentino que, só neste ano, já perdeu 70% de seu valor diante do dólar.

Enquanto a moeda brasileira fechava a R$ 3,78 por dólar, o peso argentino encerrou no mercado em que atuam grandes instituições financeiras a 3,69 unidades por dólar.

Como foi a manhã do câmbio

O dólar encerrou a manhã desta terça-feira em alta de mais de 1%, depois de atingir sucessivos recordes do Plano Real. A pressão vinha de uma dívida atrelada ao dólar que vence nesta quarta-feira e não será rolada, além do receio sobre o quadro eleitoral.

A moeda americana foi cotada a R$ 3,610 reais para venda ao fim da primeira etapa, com avanço de 1,12%. No pico da manhã, que também indica o nível mais alto já atingido durante negócios da história do Real, o dólar chegou a 3,620 reais.

Serra e o dólar

Em entrevista ao Jornal Nacional, José Serra afirmou que vai atrair mais investidores para trazerem mais dólares ao país e baixar a cotação da moeda. "A própria campanha eleitoral traz incertezas para os investidores", afirmou. Para ele, "muita coisa no Brasil está amarrada, como o controle sobre a inflação e a responsabilidade fiscal".

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