Conheça a carga tributária dos produtos mais usados no carnaval
As bebidas estão no topo da lista, mas peso dos impostos também ultrapassa 40% em colar havaiano, spray de espuma, confete e serpentina
João Pedro Caleiro
Publicado em 10 de fevereiro de 2018 às 08h00.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2018 às 08h00.
São Paulo - A folia começou, e quem está na avenida não quer saber de muita coisa além de curtição.
Mas o carnaval também é momento de consumo, e muitos dos produtos mais usados pelos foliões chamam a atenção pela alta carga tributária.
É o que mostram dados compilados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) por encomenda da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
As bebidas alcoólicas estão no topo da lista, com peso de impostos de 76% na caipirinha, 62% no chope e 55% na cerveja.
“O ICMS e o IPI são os impostos que mais pesam sobre as bebidas. Em contrapartida, a alta do consumo desses produtos é o que movimenta as vendas de bares, restaurantes e lanchonetes”, diz Marcel Solimeo, superintendente institucional da ACSP, em nota para a imprensa.
O imposto também passa de 40% do preço em itens como colar havaiano, spray de espuma, máscara de plástico, confete e serpentina.
Os peso mais baixo aparece em preservativo (18,75%), passagem aérea (22,32%) e hospedagem em hotel (29,56%).
“O Carnaval impacta pouco o varejo tradicional paulistano, pois o consumo concentra-se na aquisição de itens de menor valor. Além disso, fevereiro já é um mês mais fraco para o comércio por ter menos dias úteis. Por outro lado, o Carnaval pode beneficiar o setor de serviços”, diz Solimeo.
A carga tributária no Brasil é alta na comparação internacional: 32,4% do PIB em 2016, a maior entre todos os países da América Latina e do Caribe.
Além disso, nosso sistema é altamente regressivo: ao focar em impostos sobre consumo e não sobre renda ou propriedade, eles tem maior impacto proporcional sobre os mais pobres da população.
No ano passado, o valor do Impostômetro foi alcançado dois dias depois (12/2), o que indica uma aceleração da arrecadação no início deste ano.
Veja a tabela: