Economia

Concorrência limita impacto dos juros, diz Provar

São Paulo - A concorrência entre as redes varejistas deverá limitar os efeitos da possível alta da Selic (a taxa básica de juros da economia) sobre o consumo ao longo do segundo trimestre, avaliou o coordenador do Programa de Administração do Varejo (Provar), Claudio Felisoni. Levantamento divulgado hoje pela instituição apontou que a intenção de […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

São Paulo - A concorrência entre as redes varejistas deverá limitar os efeitos da possível alta da Selic (a taxa básica de juros da economia) sobre o consumo ao longo do segundo trimestre, avaliou o coordenador do Programa de Administração do Varejo (Provar), Claudio Felisoni. Levantamento divulgado hoje pela instituição apontou que a intenção de compra no varejo paulistano para o primeiro trimestre deste ano atingiu o maior patamar desde 1999, num ritmo que, segundo ele, poderá ser mantido ao longo de 2010.

Para Felisoni, a alta da Selic, prevista por analistas para ocorrer no segundo trimestre deste ano, não deverá ser repassada totalmente aos consumidores. "Num mercado competitivo, em que as redes varejistas têm parcerias com bancos, a velocidade do repasse da Selic na ponta do crediário será menor", afirmou. Ele ressaltou que o prazo médio de financiamento ao consumidor, medido em dias pelo Banco Central (BC), subiu 6,6% entre dezembro de 2008 e igual mês de 2009.

Segundo ele, mesmo que ocorra uma elevação dos juros, o fator preponderante para a manutenção do consumo é o parcelamento. "O consumidor é mais sensível ao prazo do que aos juros", justificou. Dessa forma, com o alongamento dos prazos, que na avaliação de Felisoni deve se manter em alta em 2010, o comércio manterá suas vendas aquecidas, sobretudo para as classes C e D, que concentram as maiores taxas de crescimento no varejo.

De acordo com o levantamento do Provar, em relação ao quarto trimestre do ano passado, os setores que apresentam neste início de 2010 um "crescimento significativo" na intenção de compra e de gastos por parte dos consumidores são os de eletroeletrônicos, informática, material de construção, telefonia e celulares, cama, mesa e banho e móveis.

A pesquisa apontou ainda elevações porcentuais nas categorias de automóveis e motos, eletroportáteis e materiais de construção na intenção de usar o crediário nas compras neste início de ano, em relação ao fim do ano passado. Já as categorias de linha branca (fogões, geladeiras, lavadoras e tanquinhos) e móveis mantiveram patamares similares, na mesma comparação. Houve retração na intenção da utilização de crédito para a aquisição de eletroeletrônicos, informática, cine e foto, telefonia e celulares e cama, mesa e banho.

Internet

Assim como o varejo físico, as vendas por meio da internet também têm perspectivas positivas para os próximos meses. Segundo pesquisa do Provar, realizada em conjunto com a empresa de monitoramento de comércio eletrônico e-bit, 86,6% dos 7,5 mil entrevistados informaram que pretendem ir às compras neste primeiro trimestre, o que representou um aumento de 2,3 pontos porcentuais sobre mesmo período de 2009 e de 0,6 ponto porcentual na comparação com os três últimos meses do ano passado.

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