Commodities garantem 8a alta consecutiva da Bovespa

SÃO PAULO (Reuters) - A alta do petróleo e de outras commodities garantiu a oitava valorização consecutiva da bolsa paulista nesta quarta-feira, mesmo com o desempenho vacilante das ações no mercado internacional.

O Ibovespa avançou 0,7 por cento, aos 70.729 pontos. É o maior nível desde o início de junho de 2008. O volume financeiro do pregão alcançou 7,2 bilhões de reais.

Enquanto o mercado brasileiro fechava, o índice Reuters-Jefferies de commodities subia 1,5 por cento.

As ações de Vale, BM&FBovespa Petrobras foram as principais influências positivas sobre o Ibovespa.

Os papéis preferenciais da mineradora subiram 1,97 por cento, para 45,00 reais, com operadores comentando a expectativa de uma melhora nos preços de minério de ferro.

As da BM&FBovespa avançaram 3,77 por cento, para 13,49 reais. Já as preferenciais da Petrobras ganharam 1,35 por cento, a 37,50 reais, reagindo ao aumento no preço do petróleo no exterior.

De acordo com o economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, também pesou a favor do Ibovespa o fato de que os indicadores divulgados nesta quarta nos EUA, embora não tão bons quanto o esperado, mostraram a continuidade da recuperação da economia em um ambiente de juros baixos.

De acordo com dois relatórios, houve queda das demissões no setor privado para 84 mil postos e crescimento marginal do setor de serviços, com índice a 50,1.

"Isso gera uma perspectiva muito boa para o mercado de trabalho nos EUA", disse o economista.

Em Nova York, porém, os índices Dow Jones e S&P 500 mostravam ainda alguma cautela, e seguiam perto da estabilidade perto do fechamento de Wall Street, após a ata da última reunião do Federal Reserve reiterar a preocupação da autoridade monetária com o mercado imobiliário.

Para o Ibovespa, analistas acreditam que poderá ocorrer um ajuste natural de realização de lucros nos próximos dias, após a máxima atingida em mais de um ano.

O economista da Gradual Investimentos, no entanto, pondera que a expectativa de crescimento do PIB brasileiro na casa dos 5 por cento neste ano deve se refletir nos lucros corporativos e, portanto, no valor das ações ao longo de 2010.

Entre as baixas do pregão, Embraer recuou 0,41 por cento, a 9,60 reais, depois que o JP Morgan reduziu a recomendação para os ADRs da companhia de "neutro" para "underweight" (abaixo da média do mercado).

Segundo o banco, a decisão foi tomada com base nos riscos para o lucro da empresa, nas pressões competitivas e no atual preço dos papéis.