Economia

Cidade do helicóptero

São Paulo ganhará em novembro o maior heliporto do mundo

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h26.

Na próxima vez que você estiver parado num engarrafamento numa das marginais de São Paulo, olhe para o céu. Talvez o tráfego lá em cima também esteja complicado. A cada dia, 450 helicópteros cruzam os ares da metrópole. São Paulo tem a terceira maior frota do mundo, atrás apenas de Nova York e Tóquio. Onde estacionar todas essas aeronaves? O problema deve ser aliviado no fim de novembro, com a inauguração do maior heliporto do mundo. Chamado de Helicidade, ele vai ocupar uma área de 18 000 metros quadrados ao lado da Ponte do Jaguaré, na confluência das marginais dos rios Tietê e Pinheiros, na Zona Oeste. Um lugar estratégico, já que as marginais são o principal corredor de helicópteros da cidade.

Quem está por trás do empreendimento é a Interinvest, proprietária do terreno desde a década de 40, quando parte da empresa ainda era conhecida como Frigoríficos Mouran e seus depósitos e câmaras ocupavam a área ao lado da ponte. Os frigoríficos foram vendidos para a Sadia em 1989, e a área, não incluída na transação, foi alugada. Há dois anos o imóvel ficou vago, e a Interinvest começou a pensar numa forma de aproveitá-lo. "Analisando o mercado, percebemos que o Brasil, em especial a cidade de São Paulo, estava necessitando de helipontos e heliportos", diz Reinaldo da Costa, diretor executivo da Sattin, empresa do grupo Interinvest. Aqui cabe uma explicação. Helipontos são locais (a maioria deles no teto de prédios) para pousos e decolagens de helicópteros, que na maioria dos casos nem podem desligar o motor. Já os heliportos são lugares para pouso, decolagem, estacionamento, abastecimento e manutenção desses aparelhos. Para pousar ou decolar um helicóptero do modelo Esquilo, um dos mais populares em São Paulo, é necessária uma área de quase 400 metros quadrados. É muito espaço para uma cidade inchada como São Paulo, que tem apenas sete heliportos, três deles em aeroportos (Congonhas, Campo de Marte e Guarulhos).

O projeto do Helicidade inclui espaço para 150 aeronaves, um prédio administrativo com recepção, salas de espera, salas vips, bar, cafeteria, salas para empresas de táxi-aéreo, algumas suítes para pilotos que precisarem pernoitar e área para locação. Enfim, toda a estrutura de serviços de um pequeno aeroporto. O mais importante: haverá dez spots (pontos de pouso), um deles com capacidade para receber o maior helicóptero que costuma voar na cidade, o Sykorsky S76C, que precisa de quase 600 metros quadrados para pousar. Quanto os clientes vão pagar para usar o heliporto? Para os clientes cadastrados que optarem por pagar mensalmente pelo uso do hangar, o preço deve ficar em torno de 1 000 reais.

Até a inauguração, o projeto deve consumir cerca de 15 milhões de reais, dois terços dos quais relativos ao terreno. O investimento está sendo bancado pela Interinvest, que espera o retorno em aproximadamente três anos. Até lá o tráfego aéreo paulistano já deverá ter superado, em muito, o de Tóquio, sem nada ficar devendo em segurança e modernização. E talvez sem inconvenientes comuns em terra firme, como o assédio de flanelinhas e o medo de seqüestro relâmpago.

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