Campo de exploração de petróleo: a Opep adverte que há o risco de as atuais previsões serem reduzidas (REUTERS/Shannon Stapleton)
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2013 às 11h30.
Viena - A Opep manteve nesta sexta-feira as suas previsões de consumo de petróleo para 2013 em 89,7 milhões de barris por dia, uma demanda apenas 0,9% superior à do ano passado e que será puxada pelas altas de China, América Latina e Oriente Médio.
Em sua análise mensal do mercado, publicado hoje em Viena, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) insiste em destacar a fragilidade da recuperação da economia mundial e, consequentemente, a do consumo de petróleo.
Por regiões, a China, com alta de 3,67% sobre 2012, América Latina, com avanço de 3,57%, e o Oriente Médio, com aumento de 3,63%, seguem puxando a demanda mundial de petróleo.
Enquanto isso, nos países mais industrializados o consumo cai, especialmente na Europa, afetada pela recessão nos países da zona do euro.
Embora o relatório de maio quase não modifique o cálculo anual feito em abril, o texto detecta uma redução do consumo no primeiro trimestre do ano.
Por isso, a Opep adverte que há o risco de as atuais previsões serem reduzidas, não só nos países mais industrializados, agrupados na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas também em outras regiões, especialmente na China.
Ainda assim, os analistas da organização reconhecem que a queda do consumo na Europa Ocidental se atenuou nos primeiros três meses do ano, mas segue alertando que a crise financeira pode reduzir ainda mais a demanda.
Além disso, o relatório alerta que um crescimento econômico menor que o esperado na China no primeiro trimestre do ano pode ter impacto negativo no consumo de petróleo.
Com relação à América Latina, a Opep destaca o forte aumento do consumo no Brasil, especialmente graças à indústria manufatureira. A região deverá ter aumento de 230 mil barris por dia na comparação com 2012.
A organização assinalou ainda que em abril o seu barril de referência registrava desvalorização de 8,7% (US$ 10) em 12 meses.
'Uma economia global vulnerável combinada com a perspectiva de um moderado aumento da demanda, a crescente produção de petróleo e as elevadas reservas levaram os preços a uma queda', analisa o relatório.
Sobre a oferta, a Opep explica que em abril a produção diária conjunta de seus 12 membros foi de 30,46 milhões de barris, 280 mil mais que no mês anterior, com destaque para Iraque e Arábia Saudita.
O relatório estima que em 2013 a demanda de petróleo da Opep subirá para 29,8 milhões de barris diários, o que representa 33% do que será consumido no planeta.