Economia

Capacidade instalada da indústria crescerá 8% neste ano

Segmento de bens de capital lidera as previsões de expansão. Desempenho poderia ser melhor, se a carga tributária e os juros fossem mais baixos, segundo a FGV

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.

A indústria planeja aumentar em 8% sua capacidade instalada neste ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas, trata-se da mesma expectativa de crescimento do início do ano passado, apesar das perspectivas de manutenção dos juros em um patamar elevado ao longo deste ano. No triênio 2005/2007, a capacidade da indústria deve crescer 19%.

Segundo o Ibre, o segmento de bens de capital é o que mais deve ampliar sua capacidade instalada neste ano: 9%. Para o presidente do Banco Fator, Manoel Horacio Francisco da Silva, os investimentos nesse setor têm uma explicação. "[O segmento] vai continuar forte em razão da confiança das empresas na política econômica do governo Lula", diz.

Outros segmentos que também devem crescer bastante são o de materiais de construção e bens de consumo, ambos com previsão de 8%. Já a capacidade produtiva dos bens intermediários deve avançar 7%. Esse é o único segmento que registrou um recuo nas expectativas em relação a 2004, quando os bens intermediários projetavam um incremento de 8%. Todos os demais esperam elevar sua capacidade em taxas mais fortes que as do ano passado.

Nos próximos três anos, o setor de materiais de construção é o que projeta maior avanço em sua capacidade produtiva: 22%. No segmento de bens de consumo, a projeção é de 18%; bens de capital, 17%; e bens intermediários, 20%.

Restrições

Segundo o Ibre, as projeções poderiam ser melhores, se as empresas não estivessem pressionadas pela elevada carga tributária e pelas altas taxas de juros. Das 1 020 indústrias que participaram da sondagem do instituto, 58% apontaram o peso dos tributos como o principal fator que restringe suas decisões de investimentos. Outros 23% declararam que os juros altos são o maior obstáculo.

O Ibre destacou ainda a crescente preocupação das indústrias com os gargalos de infra-estrutura. No ano passado, apenas 4% das empresas sugeriram que esse item era o que mais desestimulava investimentos na capacidade produtiva. Na sondagem divulgada nesta quarta-feira (23/2), a infra-estrutura foi citada por 10% dos entrevistados.

Previsão de expansão da capacidade produtiva (taxa média*)
Segmentos industriais
Em 2005 (%)
No triênio 2005/2007 (%)
Bens de consumo
8
18
Bens de capital
9
17
Materiais de construção
8
22
Bens intermediários
7
20
Taxa média da indústria
8
19
*Média ponderada pelo faturamento das empresas participantes
da pesquisa
Fonte: FGV
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