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Brasil e México retomam revisão de acordo automotivo

A revisão do acordo foi motivada pelas preocupações do Brasil sobre o aumento das exportações do México e os possíveis prejuízos à indústria automotiva brasileira

Grupos técnicos dos dois países se reunirão a partir de segunda-feira e suas conclusões serão analisadas pelos subsecretários do setor (Vanderlei Almeida/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de março de 2012 às 20h15.

México - Representantes do Brasil e México se reunirão novamente na próxima semana para revisar o acordo comercial bilateral sobre o setor automotivo e a estimativa é que o assunto possa ser encerrado no próximo dia 9, informaram nesta quinta-feira fontes oficiais.

A revisão do acordo, conhecido como ACE 55, foi motivada pelas preocupações expressadas pelo Brasil sobre o aumento das exportações do México e os possíveis prejuízos à indústria automotiva brasileira.

Em entrevista coletiva, o secretário de Economia do México, Bruno Ferrari, anunciou que grupos técnicos dos dois países se reunirão a partir de segunda-feira e suas conclusões serão analisadas pelos subsecretários do setor.

'Se houver um acordo, provavelmente no final da semana estaríamos em nível de secretários (ministros) chegando a um acordo ou a um anúncio, desde que haja um plano de reciprocidade', afirmou.

As negociações serão realizadas depois que os ministros das Relações Exteriores do Brasil e do México, Antonio Patriota e Patricia Espinosa, respectivamente, assim como Bruno Ferrari e o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Fernando Pimentel, se reuniram na terça-feira passada na capital brasileira.

O secretário mexicano disse que as negociações abordarão três pontos: os mecanismos para o fluxo de comércio de veículos leves; a possibilidade de haver maior conteúdo nacional no setor; e a inclusão de veículos pesados ao acordo.

'Sempre buscamos reciprocidade, ou seja, o que o Brasil pode estar pedindo do México, o México também estaria pedindo do Brasil', acrescentou.


Ferrari lembrou que as preocupações brasileiras começaram quando seus produtores se queixaram da 'crescente importação' de veículos leves procedentes do México, motivo pelo qual Brasília pediu a revisão deste acordo.

O México argumenta que, embora os números do ACE 55 representem atualmente um superávit comercial para o país, nos anos anteriores foi o Brasil a nação beneficiária.

O acordo com o Brasil e as demais nações do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai) está vigente desde 2003 e envolve veículos leves e autopeças. Desde então, o México registrou déficit comercial acumulado de US$ 12,416 bilhões com o Brasil. Em 2005, este déficit chegou a US$ 2,498 bilhões, nível mais alto desde que o pacto entrou em vigor.

Por causa dessa situação, o governo mexicano executou diversas ações para reverter essa tendência, e em 2011 houve superávit comercial com o Brasil de US$ 129 milhões, e de US$ 481 milhões em veículos leves e autopeças.

Desde 2003 e até novembro de 2011, o intercâmbio comercial total entre os dois países se mostrou deficitário para o México, em US$ 21,714 bilhões.

Este convênio, lembrou Ferrari, representou em sua origem uma 'decisão muito difícil para a indústria mexicana' pela concorrência das importações do Brasil. Segundo ele, o governo do México tomou nota das atuais preocupações do Brasil para ver como podem ser resolvidas.

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México - Representantes do Brasil e México se reunirão novamente na próxima semana para revisar o acordo comercial bilateral sobre o setor automotivo e a estimativa é que o assunto possa ser encerrado no próximo dia 9, informaram nesta quinta-feira fontes oficiais.

A revisão do acordo, conhecido como ACE 55, foi motivada pelas preocupações expressadas pelo Brasil sobre o aumento das exportações do México e os possíveis prejuízos à indústria automotiva brasileira.

Em entrevista coletiva, o secretário de Economia do México, Bruno Ferrari, anunciou que grupos técnicos dos dois países se reunirão a partir de segunda-feira e suas conclusões serão analisadas pelos subsecretários do setor.

'Se houver um acordo, provavelmente no final da semana estaríamos em nível de secretários (ministros) chegando a um acordo ou a um anúncio, desde que haja um plano de reciprocidade', afirmou.

As negociações serão realizadas depois que os ministros das Relações Exteriores do Brasil e do México, Antonio Patriota e Patricia Espinosa, respectivamente, assim como Bruno Ferrari e o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Fernando Pimentel, se reuniram na terça-feira passada na capital brasileira.

O secretário mexicano disse que as negociações abordarão três pontos: os mecanismos para o fluxo de comércio de veículos leves; a possibilidade de haver maior conteúdo nacional no setor; e a inclusão de veículos pesados ao acordo.

'Sempre buscamos reciprocidade, ou seja, o que o Brasil pode estar pedindo do México, o México também estaria pedindo do Brasil', acrescentou.


Ferrari lembrou que as preocupações brasileiras começaram quando seus produtores se queixaram da 'crescente importação' de veículos leves procedentes do México, motivo pelo qual Brasília pediu a revisão deste acordo.

O México argumenta que, embora os números do ACE 55 representem atualmente um superávit comercial para o país, nos anos anteriores foi o Brasil a nação beneficiária.

O acordo com o Brasil e as demais nações do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai) está vigente desde 2003 e envolve veículos leves e autopeças. Desde então, o México registrou déficit comercial acumulado de US$ 12,416 bilhões com o Brasil. Em 2005, este déficit chegou a US$ 2,498 bilhões, nível mais alto desde que o pacto entrou em vigor.

Por causa dessa situação, o governo mexicano executou diversas ações para reverter essa tendência, e em 2011 houve superávit comercial com o Brasil de US$ 129 milhões, e de US$ 481 milhões em veículos leves e autopeças.

Desde 2003 e até novembro de 2011, o intercâmbio comercial total entre os dois países se mostrou deficitário para o México, em US$ 21,714 bilhões.

Este convênio, lembrou Ferrari, representou em sua origem uma 'decisão muito difícil para a indústria mexicana' pela concorrência das importações do Brasil. Segundo ele, o governo do México tomou nota das atuais preocupações do Brasil para ver como podem ser resolvidas.

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