Economia

Brasil cria índice mundial de exclusão social

Um grupo de pesquisadores brasileiros apresentou nesta quarta-feira (16/6) uma nova metodologia para medir a distribuição de riquezas entre os países, o Índice de Exclusão Social (IES). Liderado pelo professor da Unicamp e secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade do Município de São Paulo, Marcio Pochmann, o grupo pretende que o IES seja adotado por […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h15.

Um grupo de pesquisadores brasileiros apresentou nesta quarta-feira (16/6) uma nova metodologia para medir a distribuição de riquezas entre os países, o Índice de Exclusão Social (IES). Liderado pelo professor da Unicamp e secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade do Município de São Paulo, Marcio Pochmann, o grupo pretende que o IES seja adotado por organismos internacionais, como o Banco Mundial (Bird) e a Organização das Nações Unidas (ONU), como parâmetro para definição de políticas públicas e de investimentos. Segundo Pochmann, o Bird já analisa a possibilidade.

Atualmente, a principal ferramenta para medir as desigualdades mundiais é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), usado pelos organismos internacionais. "Mas o IDH retrata bem a velha exclusão social, não a nova", afirmou Pochmann. O IDH considera a expectativa de vida da população, a renda per capita e a taxa de escolaridade. Segundo Pochmann, a nova exclusão, medida pelo IES, aborda também desemprego, índices de violência e o número de pessoas com nível superior, entre outros. Com isso, o Brasil, que ocupa a 65ª posição, desce para 109ª no IES, puxado pelos indicadores de violência, concentração de renda e desemprego.

Ambos os índices baseiam-se em dados de 175 países coletados na ONU. "O Brasil sai terço dos países melhor posicionados no IDH para ficar no terço dos piores colocados no IES", disse Pochmann. O economista ressalta que a comparação é apenas ilustrativa, porque o IDH e o IES consideram aspectos diferentes. Outros países saíram favorecidos. É o caso do Canadá, que passa de 7º colocado na tabela do IDH para 1º no IES, e do Japão, que sobe de 9º para 2º.

Na América do Sul, o Brasil localiza-se no grupo intermediário de países, com IES entre 0,50 e 0,70. Quanto mais próximo de 1, menor é a exclusão social. Argentina, Chile e Uruguai têm a melhor avaliação, com IES entre 0,70 e 0,80. Os países ocupam, respectivamente, a 57ª, 58ª e 68ª posições no ranking do IES, favorecidos pelas melhores taxas de alfabetização e menor desigualdade social.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Mercado de trabalho permanece aquecido e eleva desafios à frente

Caged: Brasil criou 232 mil vagas de trabalho em agosto

Pacote de auxílio econômico para companhias aéreas será de R$ 6 bi

Governo autoriza uso de aposentadoria complementar como garantia de empréstimo habitacional