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O MELHOR DO CENTRO-OESTE GOIÂNIA Hora de sofisticar O ano de 2002 foi excelente para nós", diz Gilberto Sebba, presidente do grupo Sebba, de Goiânia. Deve ter sido mesmo. A principal empresa do grupo, o São Jorge Shopping da Construção, deve fechar o ano com faturamento de 52 milhões de reais -- mais do que […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h34.

O MELHOR DO CENTRO-OESTE

  • GOIÂNIA

    Hora de sofisticar

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    O ano de 2002 foi excelente para nós", diz Gilberto Sebba, presidente do grupo Sebba, de Goiânia. Deve ter sido mesmo. A principal empresa do grupo, o São Jorge Shopping da Construção, deve fechar o ano com faturamento de 52 milhões de reais -- mais do que o triplo dos 14,4 milhões de 1998. Não é um caso isolado. A capital de Goiás, que em 2003 completará 70 anos, cresce há muito tempo em razão do vigor do agronegócio. A diferença, agora, é a qualidade do crescimento: Goiânia vem se destacando como pólo de serviços cada vez mais sofisticados. Um sintoma dessa sofisticação é justamente o ramo da construção: a cidade já conta com dez condomínios residenciais típicos de classe média alta, entre eles o Aldeia do Vale, cercado por uma reserva florestal, e o Goiânia Golf, que terá um campo de golfe.

    A vocação da cidade é desenvolver serviços para um estado que está ficando mais rico. Goiânia tem hoje 9 033 leitos em hotéis, um crescimento de 45% em apenas três anos (eram 6 200 em 1999). A previsão para 2004 é de 12 000 leitos. A cidade possui atualmente 17 instituições de ensino superior. O serviço de saúde conta com institutos que são referência mundial em oftalmologia, neurologia e tratamento de queimaduras, além de excelentes centros de cardiologia e ortopedia. "Para a cidade vem todo tipo de paciente, do Acre e da Europa: 51% dos atendidos são de fora do município", diz o prefeito de Goiânia, Pedro Wilson.

    Não é apenas o dinheiro que flui dos campos e do processo de industrialização que explica o florescimento econômico. Um fator crucial é a queda do crescimento populacional. Desde 1995, a população da capital aumenta de 1,8% a 2%. "Isso permite o planejamento da cidade", diz o secretário de Infra-Estrutura do estado, Carlos Maranhão. Um dos maiores problemas da cidade, o saneamento básico, começará a ser solucionado no ano que vem: com a inauguração de uma estação, o tratamento de esgotos vai passar de 10% para 70%. Uma barragem no rio João Leite deverá garantir o abastecimento de água até 2035. Os planos do metrô estão concluídos, à espera do financiamento do Banco Mundial. "Tudo isso deve garantir que Goiânia continuará sendo uma cidade com alta qualidade de vida", diz o governador Marconi Perillo. "Isso ajuda a atrair empresas para cá."

    O MELHOR DO NORDESTE

  • RECIFE

    Além da boa viagem

    "Em sua última viagem a Pernambuco, em abril, o empresário francês Jean-François Marquet aproveitou a descontração de um almoço no Palácio das Princesas para fazer uma confidência ao governador Jarbas Vasconcelos. "Fiquei surpreendido com o grande número de pessoas que falam francês no Recife", disse Marquet, diretor executivo da Sappel, indústria francesa de válvulas, registros e contadores hidráulicos. Entre um gole e outro de um espumante Asti, produzido pela Vinícola Miolo no alto sertão de Pernambuco, Marquet revelou que esse poliglotismo pesou na decisão de instalar em Suape uma fábrica do grupo, um investimento de mais de 6 milhões de reais. "A alta qualidade de nossos quadros tem sido fundamental para atrair empresas", diz o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Fernando Jordão.

    Com 1,5 milhão de habitantes, Recife tem o maior contingente de pós-graduados do Nordeste: são 2 000 mestres e doutores, boa parte deles entre os 6 500 médicos que trabalham na capital. "Nosso pólo médico é dos mais avançados do país", afirma Mardônio Quintas, presidente do Sindicato dos Hospitais de Pernambuco. Entre hospitais, clínicas, casas de saúde, laboratórios e consultórios, são 2 064 estabelecimentos. No ano passado, esse pólo movimentou 220 milhões de reais. Outro setor que se destaca é o de informática, que tem crescido à taxa de 10% ao ano nos últimos cinco anos, e no qual foram investidos mais de 100 milhões de reais de 1993 a 2002. Atualmente, o setor reúne 257 empresas, que empregam perto de 5 000 pessoas.

    "Noventa por cento do PIB nordestino concentra-se num raio de 800 quilômetros de distância de Recife, o que nos torna um ponto estratégico, em termos de logística", diz o prefeito João Paulo. "Além disso, temos uma boa infra-estrutura rodoviária, portuária e aeroviária." Essa rede de transportes e a localização privilegiada contribuíram para o recente surto de desenvolvimento da região metropolitana. Até outubro, os investimentos apenas no município do Recife alcançavam 239 milhões de dólares. O complexo portuário e industrial de Suape, a 30 quilômetros da capital, vem puxando esse crescimento. Mais importante é o fato de o Recife ter fôlego para absorver tantos empreendimentos. Segundo dados da Simonsen Associados, o potencial de consumo da cidade é de 3,4 bilhões de dólares por ano, o que representa 1,11% do total brasileiro.

    O MELHOR DO NORTE

  • MANAUS

    Crescimento verde

    Como todo bom amazonense, o engenheiro Paulonei Tomaz Avelino procura o rio quando quer relaxar. Nos fins de semana, ele pula em seu barco e entra pelos igapós e igarapés perto de Manaus. Na ida ou na volta, passa na praia da Ponta Negra para curtir os arranha-céus do bairro, que se tornaram o símbolo mais evidente da modernidade da capital amazonense. É fácil entender o trajeto: Avelino é um dos responsáveis pelo novo perfil da cidade. Dono da construtora Unipar, há três anos lançou na desabitada Ponta Negra cinco luxuosos edifícios de 18 andares. "O primeiro foi todo vendido em 20 dias", diz Avelino, que faturou 15 milhões de reais em 2001. Seu mais novo empreendimento vai custar 45 milhões de reais e seguir a tendência de abrigar num mesmo local centro de convenções, centro médico, day clinic e apart-hotel.

    Modernidade parece ser a palavra-chave em Manaus. O governador eleito do Amazonas, Eduardo Braga, pretende criar a Zona Franca Verde, um programa de incentivo à formação de cadeias produtivas em diversas áreas, como manejo florestal, piscicultura e, principalmente, a bioindústria. "O mercado mundial de biotecnologia movimenta cerca de 950 bilhões de dólares por ano e é inconcebível ficarmos fora dele", diz. "Uma das atividades mais viáveis na Amazônia é a produção de extratos vegetais para a indústria de concentrados para bebidas e refrigerantes." O governo federal já gastou 14 milhões de reais na construção do Centro de Biotecnologia da Amazônia, que em 2003 receberá equipamentos no valor de 17 milhões de dólares.

    A abertura do mercado brasileiro, na década de 90, determinou o declínio da Zona Franca de Manaus. A maioria das lojas fechou e mais de 60 000 pessoas ficaram desempregadas. "A cidade só não mergulhou na depressão graças ao Distrito Industrial", afirma Mauricio Loreto, sócio da fábrica de relógios Technos e presidente do Centro das Indústrias do Amazonas. Com mais de 400 empresas, o pólo faturou 10 bilhões de dólares no ano passado e gerou mais de 50 000 empregos diretos e 350 000 indiretos na cidade. Isso explica o crescente interesse pela região. Até outubro de 2002, mais de 600 milhões de dólares em investimentos haviam sido anunciados. Aos poucos, está surgindo um centro exportador. Em 2001, uma das fábricas da subsidiária brasileira da Gillette, instalada em Manaus, vendeu para o exterior 28 milhões de dólares, 33% a mais do que em 2000. A operação local da Nokia exportou 450 milhões de dólares.

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