80 economistas pedem fim do investimento em combustíveis fósseis
Três quartos das emissões de gases de efeito estufa no mundo estão ligadas a combustíveis de energias fósseis
AFP
Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 16h21.
Cerca de 80 economistas de 20 países, entre eles os americanos Jeffrey Sachs e James Galbraith, pediram, nesta quinta-feira (7), o fim do investimento em combustíveis fósseis, numa declaração publicada na véspera de uma cúpula sobre o clima em Paris.
"Pedimos o fim imediato de todos os investimentos em novos projetos de produção e infraestrutura de combustíveis fósseis e encorajamos uma expansão significativa do financiamento de energias renováveis", indica a declaração assinada, entre outros, pelo ex-ministro e economista grego Yanis Varoufakis, por Ramón E. López, professor da Universidade do Chile, e por Charles Palmer, da London School of Economics.
"O presidente francês (Emmanuel Macron) e outros dirigentes indicaram a necessidade de um maior apoio financeiro para as soluções climáticas, mas não disseram nada sobre a outra parte da equação: os financiamentos continuam sendo acordados para novos projetos de produção e de infraestrutura para carvão, gás e petróleo", segundo a nota.
Esses economistas destacam que tanto "as instituições de desenvolvimento, como investidores públicos e privados, têm a responsabilidade urgente e a obrigação moral de mostrar o caminho" para as energias renováveis.
Três quartos das emissões de gases de efeito estufa no mundo estão ligadas a combustíveis de energias fósseis.
Segundo estudos científicos, é preciso reduzir a exploração de reservas globalmente se o mundo quiser se manter abaixo do limite de 2ºC de aquecimento climático.
Macron convocou, nesta terça-feira, em Paris, uma cúpula sobre o financiamento das políticas climáticas, da qual participarão dirigentes políticos e instituições financeiras.
Diversas ONGs de meio-ambiente, como a 350.org, que organizou a publicação desta declaração dos economistas, convocaram uma manifestação no mesmo dia, sob o lema "Nenhum euro a mais para as energias do passado".