Primeiro Lugar
Publicado em 10 de agosto de 2017 às 05h55.
Última atualização em 10 de agosto de 2017 às 05h55.
Nos últimos anos, o pessimismo rendeu um bom dinheiro a Luis Sthulberger, um dos gestores de fundos mais bem-sucedidos do país — e também a quem investe em seu principal fundo, o multimercado Verde. Em 2015, uma acertada aposta na alta do dólar em relação ao real deu um retorno de 29% ao Verde, mais que o dobro do CDI. Neste ano, porém, ser pessimista tem sido um mau negócio para o gestor.
Um dos principais investimentos de Stuhlberger é a aposta na desvalorização da moeda chinesa. Para ele, as dificuldades da economia da China devem levar à depreciação do câmbio, e isso só não aconteceu ainda porque o governo impôs medidas rígidas de controle de capital. Enquanto o governo não cede, a moeda chinesa valoriza: em 2017, a alta foi de 3%, o que fez o Verde perder cerca de 3% com essa aplicação.
Com perspectivas sombrias para o futuro do Brasil, Stuhlberger manteve, em junho, menos de 5% do patrimônio do Verde aplicado em ações brasileiras — e, por isso, a alta recente da bolsa pouco ajudou seu desempenho. Boa parte da carteira estava investida em títulos públicos atrelados à inflação. De janeiro a junho, o fundo rendeu apenas 2,6%, menos da metade do CDI. Não é bom, mas fez apenas um arranhão no histórico do Verde: o rendimento desde que o fundo foi criado, em 1997, é de cerca de 14 000%, quase oito vezes o CDI acumulado no período.