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Fundo ligado a Nildemar Secches lucrou com queda da BRF

Gestora das famílias que controlam a Weg apostou na queda das ações

PL

Primeiro Lugar

Publicado em 29 de março de 2017 às 16h06.

Enquanto o Brasil se apavorava com a Operação Carne Fraca, um seletíssimo grupo de pessoas tinha milhões de motivos para sorrir — os investidores que estavam apostando na queda das ações das empresas de alimentos BRF e JBS, as maiores entre os alvos da operação. Apenas num dia as ações das duas companhias chegaram a cair 11%. Com base em um levantamento da empresa de informações financeiras Economatica, esses investidores ganharam 100 milhões de reais no último mês com a queda das ações.

Das duas, a BRF é a que tem o maior volume de posições “vendidas”, como são chamadas as operações que lucram quando uma ação cai. A gestora que mais aposta contra é a Milestones, que pertence às famílias que controlam a fabricante de motores WEG. Acionistas históricos da Perdigão, essas famílias têm 3% das ações da BRF. Mas, nos últimos meses, decidiram se proteger do risco de queda das ações e montaram uma posição vendida de 263 milhões de reais.

Curiosamente, Nildemar Secches, que era presidente do conselho da BRF até ser apeado do cargo pelo grupo de acionistas que assumiram o poder na empresa, é tão próximo deles que hoje ocupa a vice-presidência do conselho da WEG. Só os controladores da WEG ganharam 25 milhões de reais nos dois dias que se seguiram à operação. O banco Opportunity foi o segundo que mais lucrou. A Milestones e o Opportunity não comentaram.