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Liberalismo econômico ainda é tabu no Brasil, diz "The Economist"

da BBC Brasil Um artigo publicado na edição desta quinta-feira da revista britânica afirma que o liberalismo econômico ainda é tabu no Brasil. “Liberalistas econômicos são tão escassos no Brasil como flocos de neve”, diz o texto, intitulado “The almost-lost cause of freedom” (“A causa quase perdida da liberdade”, em tradução livre). O artigo afirma que a “mudez” dos liberalistas no país ocorre, em parte, porque o voto é compulsório, o […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 29 de janeiro de 2010 às, 09h01.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 12h24.

da BBC Brasil

Um artigo publicado na edição desta quinta-feira da revista britânica afirma que o liberalismo econômico ainda é tabu no Brasil.

“Liberalistas econômicos são tão escassos no Brasil como flocos de neve”, diz o texto, intitulado “The almost-lost cause of freedom” (“A causa quase perdida da liberdade”, em tradução livre).

O artigo afirma que a “mudez” dos liberalistas no país ocorre, em parte, porque o voto é compulsório, o que faz com que os eleitores pobres “ajudem a empurrar os partidos na direção de um Estado maior”.

De acordo com a revista, “a escassez dos liberalistas é ainda mais estranha dada a história do país”. Nesse sentido, a revista oferece ainda outra explicação para essa falta –o fato de que muitos dos políticos brasileiros participaram da oposição durante o regime militar (1964-1985).

O texto cita, por exemplo, que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva era um líder sindicalista, e o pré-candidato nas próximas eleições José Serra, um ex-líder estudantil exilado.

Apesar disso, o artigo afirma que muitos dos políticos que faziam parte dessa oposição esquerdista “provaram ser pragmáticos no governo”.

A revista afirma, por exemplo, que nenhum dos candidatos nas próximas eleições fala em cortar impostos, apesar do aumento da porcentagem do PIB (Produto Interno Bruto) destinada ao governo, que chegou a um patamar próximo dos países europeus.

Avanços

De acordo com a “The Economist”, os liberalistas brasileiros enfrentam ainda outro problema para se manifestarem: “a falta de um partido onde suas ideias sejam bem-vindas”.

Mas, se a tônica do texto trata da falta de liberalistas no país, a revista oferece um contraponto e afirma que as instituições responsáveis pela política econômica estão mais liberais, no sentido de que estão mais livres da interferência do governo do que jamais estiveram.

A revista afirma ainda que a abertura econômica trazida pelo governo de Fernando Collor de Melo impulsionou os liberalistas a “fazer mais barulho” e cita os grupos voltados a essa doutrina, como o Fórum da Liberdade e o Movimento por um Brasil Competitivo.

Apesar dos avanços, a “The Economist” afirma que “por enquanto, no entanto, as pessoas que queiram praticar o liberalismo econômico são aconselhadas a fazê-lo em particular”.