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Kanitz questiona a mão invisível do mercado

A inflação foi o tema do terceiro painel do Fórum da Liberdade na terça-feira, 13 de abril, e teve a participação do historiador americano Thomas Woods, do economista argentino Ricardo Lopez Murphy e do consultor Stephen Kanitz. Primeiro a falar, Woods ironizou a ideia de que quedas nos preços não são necessariamente negativas. Segundo ele, a inflação é causada pelo aumento da oferta de moeda e, muitas vezes, pessoas aceitam […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 13 de abril de 2010 às, 21h42.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 12h05.

A inflação foi o tema do terceiro painel do Fórum da Liberdade na terça-feira, 13 de abril, e teve a participação do historiador americano Thomas Woods, do economista argentino Ricardo Lopez Murphy e do consultor Stephen Kanitz.

Primeiro a falar, Woods ironizou a ideia de que quedas nos preços não são necessariamente negativas. Segundo ele, a inflação é causada pelo aumento da oferta de moeda e, muitas vezes, pessoas aceitam correr riscos por acreditarem que o público vai pagar por isso. Ao explicar o processo inflacionário, disse que a distribuição do dinheiro novo produzido pelo governo é feita entre pessoas e instituições bem relacionadas, o que faz com que pessoas comuns paguem preços mais elevados devido ao aumento que a oferta de moeda provoca, quando esse dinheiro finalmente chega até elas. Por este motivo, Woods considera importante retirar do Estado a responsabilidade de produzir moeda, e acredita ser a poupança um “problema sério” causado pela inflação, pois “só um idiota pouparia um dinheiro que seria desvalorizado no futuro”. Segundo ele, esta é uma situação que força as pessoas a entrarem no mercado financeiro para preservar seus recursos. O historiador também abordou de forma crítica a questão das parcerias público-privadas, que, segundo ele, devem ser banidas.

Na sequência do painel, Stephen Kanitz classificou o incentivo fiscal do governo americano como um dos principais causadores da crise, e responsável pelo endividamento da população. Questionou a autorregulação da “mão invisível” do mercado, afirmando que são os administradores quem desempenham esse papel regulatório, corrigindo as falhas do sistema, e reclamou da falta de importância que a doutrina liberal dá aos administradores. Nisso, foi contestado por Tom Woods, que definiu a autorregulação como a não-existência de um controle central a determinar quais são as decisoes mais racionais a serem tomadas.

O último painelista foi Ricardo Lopez Murphy, para quem a Argentina acabou se tornando um exemplo negativo a ser estudado e evitado, uma vez que seu governo considera uma inovação o ato de tomar as reservas do Banco Central para pagar dividas. O economista também disse considerar os impostos elevados um desincentivo para o mercado e um incentivo para a formação de uma rede de clandestinidade.