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Brasileiro está entre os que mais percebem a corrupção no país

Especialmente para o Dia Internacional de Combate à Corrupção, o Instituto Millenium entrevistou o economista da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco. Leia  a entrevista. O Brasil é um país corrupto, mas o brasileiro não é. A frase só faz sentido quando se tem acesso à pesquisa recente da Transparência Internacional realizada no país que revela que para 64% dos brasileiros entrevistados a corrupção aumentou nos últimos três anos. O país tem […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2010 às 12h51.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 12h53.

Especialmente para o Dia Internacional de Combate à Corrupção, o Instituto Millenium entrevistou o economista da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco. Leia  a entrevista .

O Brasil é um país corrupto, mas o brasileiro não é. A frasesó faz sentido quando se tem acesso à pesquisa recente da Transparência Internacional realizada no país que revela que para 64% dos brasileiros entrevistados a corrupção aumentou nos últimos três anos. O país tem o 32º maior índice de cidadãos que observam o aumento da corrupção, numa lista com 86 nações.

Porém, os brasileiros negam que participem de atos de corrupção. Só 4% admitem que no último ano pagaram “um trocado” para fugir de blitz policial ou antecipar a instalação de serviços de água ou luz, equiparando seu comportamento ao de contribuintes do Canadá, de Israel ou da Irlanda. Para 37% dos entrevistados, a imprensa tem um papel importante no combate à corrupção e 54% dos entrevistados consideram insuficientes as ações governamentais.

O resultado da pesquisa que o jornal “O Globo” divulgou no Dia Internacional de Combate à Corrupção, data fixada pela ONU, confirma o que pensa o economista Gil Castello Branco, especialista do Instituto Millenium e consultor da ONG Contas Abertas, que organiza a “Corrida venceremos a corrupção”, em Brasília, com o objetivo de mobilizar a sociedade em torno do tema. Entrevistado pelo Instituto Millenium, Castello Branco acredita que:  “O brasileiro tem uma opinião curiosa, que identifica a corrupção com o Congresso Nacional, mas nenhum parlamentar entrou pela janela, ele está lá porque votaram nele. A população se coloca em uma posição distante do problema. Acha que a corrupção tem que ser tratada pela Cont roladoria Geral da União (CGU), pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Judiciário”.
O economista também faz referência à pesquisa da Transparência Internacional, além de estudos da Federação da Indústria de São Paulo (FIESP), da Fundação Getúlio Vargas (FGV/SP) e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), que tentam mensurar o quanto a corrupção pesa na economia e nos cofres públicos. A estimativa da FIESP é a de que o Brasil tenha perdido de R$ 41,2 bilhões em 2009.

Mas para consultor da ONG Contas Abertas, o maior prejuízo não é diretamente o econômico, mas o descrédito nas instituições: “É claro que sob ponto de vista econômico os prejuízos são bastante graves, mas, a meu ver, a descrença na instituição é o principal (e pior) efeito da corrupção. O cidadão passa a descrer na instituição pública, passa a não lutar mais. Ela degrada as instituições nos Três Poderes, desmoraliza os órgãos públicos. E como nossa democracia é relativamente jovem, precisa ser amadurecida, ver hoje jovens que não acreditam no Legislativo é perigoso. Nós já vivemos uma ditadura e o descrédito institucional é muito perigoso”, disse.

Leia a matéria do jornal “O Globo” na íntegra.

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Especialmente para o Dia Internacional de Combate à Corrupção, o Instituto Millenium entrevistou o economista da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco. Leia  a entrevista .

O Brasil é um país corrupto, mas o brasileiro não é. A frasesó faz sentido quando se tem acesso à pesquisa recente da Transparência Internacional realizada no país que revela que para 64% dos brasileiros entrevistados a corrupção aumentou nos últimos três anos. O país tem o 32º maior índice de cidadãos que observam o aumento da corrupção, numa lista com 86 nações.

Porém, os brasileiros negam que participem de atos de corrupção. Só 4% admitem que no último ano pagaram “um trocado” para fugir de blitz policial ou antecipar a instalação de serviços de água ou luz, equiparando seu comportamento ao de contribuintes do Canadá, de Israel ou da Irlanda. Para 37% dos entrevistados, a imprensa tem um papel importante no combate à corrupção e 54% dos entrevistados consideram insuficientes as ações governamentais.

O resultado da pesquisa que o jornal “O Globo” divulgou no Dia Internacional de Combate à Corrupção, data fixada pela ONU, confirma o que pensa o economista Gil Castello Branco, especialista do Instituto Millenium e consultor da ONG Contas Abertas, que organiza a “Corrida venceremos a corrupção”, em Brasília, com o objetivo de mobilizar a sociedade em torno do tema. Entrevistado pelo Instituto Millenium, Castello Branco acredita que:  “O brasileiro tem uma opinião curiosa, que identifica a corrupção com o Congresso Nacional, mas nenhum parlamentar entrou pela janela, ele está lá porque votaram nele. A população se coloca em uma posição distante do problema. Acha que a corrupção tem que ser tratada pela Cont roladoria Geral da União (CGU), pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Judiciário”.
O economista também faz referência à pesquisa da Transparência Internacional, além de estudos da Federação da Indústria de São Paulo (FIESP), da Fundação Getúlio Vargas (FGV/SP) e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), que tentam mensurar o quanto a corrupção pesa na economia e nos cofres públicos. A estimativa da FIESP é a de que o Brasil tenha perdido de R$ 41,2 bilhões em 2009.

Mas para consultor da ONG Contas Abertas, o maior prejuízo não é diretamente o econômico, mas o descrédito nas instituições: “É claro que sob ponto de vista econômico os prejuízos são bastante graves, mas, a meu ver, a descrença na instituição é o principal (e pior) efeito da corrupção. O cidadão passa a descrer na instituição pública, passa a não lutar mais. Ela degrada as instituições nos Três Poderes, desmoraliza os órgãos públicos. E como nossa democracia é relativamente jovem, precisa ser amadurecida, ver hoje jovens que não acreditam no Legislativo é perigoso. Nós já vivemos uma ditadura e o descrédito institucional é muito perigoso”, disse.

Leia a matéria do jornal “O Globo” na íntegra.

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