Exame.com
Continua após a publicidade

Apps de mobilidade podem estar ameaçados no Brasil

Senado aprova urgência em projeto que prejudica apps. Ouça a opinião de Pedro Rafael!

I
Instituto Millenium

Publicado em 25 de outubro de 2017 às, 14h16.

Última atualização em 27 de outubro de 2017 às, 14h22.

A atuação de aplicativos de mobilidade urbana, como Uber, Cabify e 99, pode estar ameaçada no Brasil. Nesta terça-feira (24), o Senado aprovou o requerimento de urgência para o Projeto de Lei 28/2017, que busca regulamentar o setor. Com isso, a proposta ganha prioridade na tramitação na Casa e deve ser apreciada na próxima terça (31) pelos parlamentares. Relembre a opinião do especialista do Instituto Millenium, Pedro Rafael, em entrevista ao Imil no último mês de setembro. 

[soundcloud url="https://api.soundcloud.com/tracks/343977120" params="color=#ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&show_teaser=true" width="100%" height="166" iframe="true" /]

Dois textos distintos dividem a opinião dos senadores. De um lado, está o projeto mais radical, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados. Ele cria regras para os aplicativos similares às já aplicadas aos taxis, tornando a atividade pública e exigindo, por exemplo, placas vermelhas e permissão de atuação por parte dos municípios. A proposta é criticada por prejudicar demasiadamente os aplicativos.

Leia mais

Marcos Troyjo: “O Brasil apresenta uma sanha regulatória que expressa o pesadelo do Estado como fim, e não meio, da atividade humana”

O outro texto, oriundo de um relatório da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), é mais favorável aos apps. Apresentada pelo senador Pedro Chaves, a proposta faz algumas mudanças no PL, definindo o setor como um serviço privado e retirando a exigência de autorização das prefeituras e do licenciamento de placas vermelhas. Em contrapartida, itens relacionados à segurança ficam mantidos, além da obrigatoriedade de inspeções periódicas nos veículos. Se aprovado, no entanto, este projeto teria que voltar para apreciação da Câmara, o que desagrada os senadores.

Os principais aplicativos se uniram na campanha Juntos pela Mobilidade, que visa conscientizar a população e a classe política sobre o debate. Em seu site, o Uber afirma que o primeiro projeto é uma “proibição disfarçada”. Segundo a empresa, o PLC 28/2017 é “retrógrado, bloqueia a inovação e acabará com o modelo atual de mobilidade, impactando seriamente sua oportunidade de gerar renda”. Ainda de acordo com a startup, o texto substitutivo é uma regulação moderna e dá mais “flexibilidade e autonomia para os motoristas parceiros”.