Mulheres em organizações: a força ainda não revelada do feminino
A expressão da individualidade como ressignificado do potencial das mulheres em organizações. Todos usamos mascaras em contextos sociais.
Publicado em 22 de maio de 2019 às, 19h38.
Última atualização em 25 de maio de 2019 às, 21h21.
Como mulher, coach e consultora, tenho vivido e observado uma evolução na inclusão das mulheres em organizações. Esta evolução, ao meu ver, está no estágio de um broto que acaba de romper a semente, precisando dos nutrientes do solo, da chuva e do sol para manifestar todo seu potencial.
Esta reflexão me surge de forma recorrente toda vez que me percebo usando uma máscara corporativa que divide o espaço entre o que sinto ser conveniente revelar da persona que habita esta máscara e o que sinto não ser valorizado no mundo corporativo.
Todos usamos máscaras em contextos sociais diferentes, algumas cobrem todo o rosto, outras apenas contornam os olhos. Algumas usamos a tanto tempo que se confundem com nossa pele e deixamos até de notar sua presença. Às vezes, nos sonhos, imagens desconhecidas de nós mesmos emergem como em um reflexo de tirar a maquiagem do rosto antes de dormir para deixar a pele respirar ou neste caso a alma respirar...
Manifestação da Sutileza
Há pouco tempo, tive a oportunidade de rever uma colega consultora americana e durante uma conversa a convidei a compartilhar suas práticas no trabalho para mergulhar em um campo mais sutil, e ela me deu uma resposta muito honesta e interessante sobre mulheres em organizações.
Disse que como mulher americana sentia que precisava usar uma linguagem mais objetiva e trabalhar o sutil de forma indireta, pois a manifestação direta desta sutileza poderia ser vista como “fluffy” (fofa). Ela comentou que sentia que quando homens manifestam este lado mais delicado e sutil, eles são vistos como muito desenvolvidos, já as mulheres em organizações são vistas apenas como fofas.
Certamente a cultura americana carrega traços mais masculinos no mundo corporativo e há algo de universal no comentário dela. Tanto que pude perceber em mim este cuidado, em diversas situações.
Força do Delicado
Este é um bom convite para refletir: que parte do feminino eu ainda não manifesto e gostaria de manifestar? Ultimamente, esta pergunta tem ajudado a tornar minhas escolhas conscientes e testar novas possibilidades para descongelar minhas imagens sobre o que é bem recebido.
Tenho observado vários aspectos em mim e em outras mulheres em organizações, desde o mais evidente, como roupa, tom de voz, linguagem, e até mesmo aspectos como a capacidade de acolher e demonstrar sentimentos difíceis, próprios ou dos outros. Sem juízo de valor, apenas com curiosidade, pois não existe um modelo único de feminino.
Este é um convite que faço para todas as mulheres em organizações, que possam refletir e se tornar conscientes de suas escolhas para se manifestar de forma mais plena e autêntica. Afinal, ao manifestarmos nossa sutileza e delicadeza, ajudamos a ressignificar o potencial das mulheres em organizações e contribuímos assim para um mundo corporativo mais criativo, humanizado e feliz.
Quer saber como liberar seu potencial criativo? Leia esse artigo da mesma autora.