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Os ciclos da vida: podemos apenas ir em frente

Os votos para que possamos todos olhar para 2025 como um novo horizonte

Representação da perspectiva de uma pessoa em um barco em um rio feita por IA (Dall-e/Reprodução)

Publicado em 12 de janeiro de 2025 às 10h12.

Última atualização em 12 de janeiro de 2025 às 10h31.

Nesta época do ano, somos inevitavelmente possuídos por uma mistura de sentimentos. De um lado, ficamos dominados por uma sensação de urgência, compelidos a concluir pendências, comparecer a muitas confraternizações, comprar presentes, organizar a ceia e demais afazeres. De outro, essa época também nos convida à introspecção, à reflexão sobre os ciclos da vida.

Na semana passada, tive a oportunidade de vivenciar um momento único: a formatura do meu filho mais velho no ensino médio. Foi uma celebração emocionante, repleta de discursos inspiradores.

A passagem de ciclo da escola para a universidade tem inúmeros significados e, provavelmente, trata-se do marco mais relevante nos dezoito anos de vida daqueles jovens adultos.

Nos discursos, eles lembraram dos momentos intensos de convivência ao longo dos anos: as brincadeiras, os apelidos, as viagens com a turma, os desafios de aprendizado, enfim, as experiências que forjaram suas personalidades e as memórias que levarão para sempre.

Tratava-se, definitivamente, do fim de um ciclo. A turma 301 deixava de existir naquele momento; era o seu último ato.

A tristeza misturava-se com a excitação e a ansiedade em relação às novas etapas que estão por vir: a escolha da profissão, o ingresso na universidade, o primeiro emprego, a independência financeira enfim, estão prestes a mergulhar em um verdadeiro oceano de oportunidades e desafios.

Reproduzo aqui o texto do poeta libanês Gibran Khalil Gibran (1883-1931), que, na minha opinião, é perfeito para descrever esta fase da vida desses jovens formandos:

“Diz-se que, momentos antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais seria do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Podemos apenas ir em frente.

O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Porque apenas então o rio compreende que não se trata de desaparecer no oceano, mas de tornar-se oceano.

Por um lado, é desaparecimento; por outro, é renascimento.”

Ainda que você, assim como eu, não esteja atravessando um novo ciclo de vida tão marcante como o dos jovens da turma 301, faço votos para que possamos todos olhar para 2025 como um novo horizonte, prontos para navegar por suas águas, sejam elas tranquilas ou desafiadoras.

Fernando Goldsztein
Fundador The Medulloblastoma Initiative
Conselheiro da Children’s National Foundation
MBA, MIT Sloan School of Management

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Nesta época do ano, somos inevitavelmente possuídos por uma mistura de sentimentos. De um lado, ficamos dominados por uma sensação de urgência, compelidos a concluir pendências, comparecer a muitas confraternizações, comprar presentes, organizar a ceia e demais afazeres. De outro, essa época também nos convida à introspecção, à reflexão sobre os ciclos da vida.

Na semana passada, tive a oportunidade de vivenciar um momento único: a formatura do meu filho mais velho no ensino médio. Foi uma celebração emocionante, repleta de discursos inspiradores.

A passagem de ciclo da escola para a universidade tem inúmeros significados e, provavelmente, trata-se do marco mais relevante nos dezoito anos de vida daqueles jovens adultos.

Nos discursos, eles lembraram dos momentos intensos de convivência ao longo dos anos: as brincadeiras, os apelidos, as viagens com a turma, os desafios de aprendizado, enfim, as experiências que forjaram suas personalidades e as memórias que levarão para sempre.

Tratava-se, definitivamente, do fim de um ciclo. A turma 301 deixava de existir naquele momento; era o seu último ato.

A tristeza misturava-se com a excitação e a ansiedade em relação às novas etapas que estão por vir: a escolha da profissão, o ingresso na universidade, o primeiro emprego, a independência financeira enfim, estão prestes a mergulhar em um verdadeiro oceano de oportunidades e desafios.

Reproduzo aqui o texto do poeta libanês Gibran Khalil Gibran (1883-1931), que, na minha opinião, é perfeito para descrever esta fase da vida desses jovens formandos:

“Diz-se que, momentos antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais seria do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Podemos apenas ir em frente.

O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Porque apenas então o rio compreende que não se trata de desaparecer no oceano, mas de tornar-se oceano.

Por um lado, é desaparecimento; por outro, é renascimento.”

Ainda que você, assim como eu, não esteja atravessando um novo ciclo de vida tão marcante como o dos jovens da turma 301, faço votos para que possamos todos olhar para 2025 como um novo horizonte, prontos para navegar por suas águas, sejam elas tranquilas ou desafiadoras.

Fernando Goldsztein
Fundador The Medulloblastoma Initiative
Conselheiro da Children’s National Foundation
MBA, MIT Sloan School of Management

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