Torcidas Organizadas: a decisão pequena que exige o óbvio

Uma das medidas adotadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) de SP, para tentar acabar com a série de violência nos estádios paulistas, já vem sendo adotada há algum tempo por Palmeiras e Corinthians. Um dos itens indica que a venda precisará ser feita toda online, operação essa que já é muito bem conduzida pelos rivais da capital.

No Palmeiras, a empresa responsável pela comercialização é a FutebolCard, e taxa de ocupação de torcedores que efetuam as compras pela internet foi de 74% em 2015, chegando a 77% nos jogos da Copa do Brasil do ano passado. Neste ano, a média também supera os 70%, mesmo com o time tendo mandado quatro dos seus jogos no Pacaembu. O Corinthians também tem números excepcionais e a porcentagem é superior aos 80%.

Uma das explicações para isso está no sistema de venda de ingressos que privilegia os sócios-torcedores (Avanti e Fiel Torcedor) dos clubes. Neles, tanto palmeirenses quanto corintianos possuem prioridade de compra de acordo com a frequência nas partidas, que acontece exclusivamente pela internet. Na temporada passada, os rivais conseguiram algo inédito e sequer chegaram abrir bilheteria para alguns dos seus confrontos, já que 100% dos bilhetes foram vendidos pela internet.

A decisão da SSP/SP exige a evolução da venda dos ingressos para os interessados para o ambiente online. Por óbvia, é excelente. Não é essa medida a estapafúrdia. Absurdo é não ampliar a inteligência de trabalho da própria Secretaria para acabar com os criminosos que tem, igualmente, acabado com a beleza maior do espetáculo: a torcida que vibra genuinamente e, de tanto vibrar, é sim desorganizada.