Por que Ayrton Senna continua sendo nosso grande ídolo?
Ayrton Senna foi eleito o maior ídolo do esporte brasileiro de todos os tempos, em pesquisa realizada no último ano pelo Datafolha. O que Ayrton conquistou é excelente para qualquer atleta. Os patrocinadores os desejam com mais intensidade, mesmo após aposentadoria ou, mesmo em caso especiais, pós morte. Olhando para um grande exemplo fora do Brasil, temos Michael Jordan, o maior jogador da história da NBA e indispensável na expansão […] Leia mais
Publicado em 26 de março de 2015 às, 15h26.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h06.
Ayrton Senna foi eleito o maior ídolo do esporte brasileiro de todos os tempos, em pesquisa realizada no último ano pelo Datafolha. O que Ayrton conquistou é excelente para qualquer atleta. Os patrocinadores os desejam com mais intensidade, mesmo após aposentadoria ou, mesmo em caso especiais, pós morte.
Olhando para um grande exemplo fora do Brasil, temos Michael Jordan, o maior jogador da história da NBA e indispensável na expansão do liga mundo afora. Os amantes do esporte dele lembram, categoricamente, com a camisa do Chicago Bulls. Mas Jordan extrapolou sua atuação e conseguiu, além de ser ídolo dos torcedores de sua equipe, alcançar o posto de ídolo maior do esporte em sua nação e de milhões de pessoas pelo mundo. Ayrton Senna conseguiu feito semelhante, embora em proporções um pouco menores.
Para se ter uma ideia do nome que o piloto representa, vejamos o caso ocorrido em 2014 com a Ducati. A montadora produziu uma linha exclusiva de motos em comemoração ao aniversário do piloto e obteve lucro de 16 milhões de reais. Todos os clientes, sem exceção, sequer testavam o produto. Isso mostra o impacto que o ídolo e consequentemente a marca Ayrton Senna ainda tem. O nome do piloto está atrelado a mais de 700 itens, entre canetas, games motocicletas, o que gera rendimentos de R$ 20 milhões, conforme matéria publicada aqui na Exame.com.
Agora, Ayrton Senna é a aposta da Allianz, em parceria com o Instituto que leva o nome do piloto que morreu em maio de 1994. Segundo a seguradora, parte do valor pago em cada apólice de seguro da Allianz Auto Instituto Ayrton Senna será repassada ao Instituto que trabalha com a implementação de soluções educacionais no país. Entre outros benefícios, a Allianz irá aumentar de 15 para 20 o número de dias que o segurado poderá contar com um carro reserva. “Vimos a possibilidade de uma iniciativa inovadora. É um produto que beneficia a todos. Nossos corretores terão um seguro levando as marcas da Allianz e do Instituto Ayrton Senna e os clientes terão oportunidade de contribuir para a educação de milhares de crianças e jovens”, ressalta Felipe Gomes, diretor executivo de Gestão de Mercado e Estratégia da Allianz Seguros.
Para homenagear o piloto e promover a inteligente parceria, a Allianz Seguros aposta em ações nas redes sociais e no hotsite (www.meumomentosenna.com.br), além de veicular, em abril, um comercial de TV que relembra o momento em que Ayrton Senna para o seu carro, desce e vai prestar socorro ao piloto francês Erik Comas no Grande Prêmio da Bélgica em 1992. Como pontapé inicial na campanha, Comas foi o primeiro a gravar depoimento (veja aqui).
Se para o próprio atleta e sua equipe a condição de ídolo é importante, para as competições das quais participa isso não é menor. Pelo contrário. Ídolos nacionais ou de equipe são interessantíssimos para o sucesso comercial de quaisquer disputas, já que são quase garantias irrestritas de público, mídia e patrocínios.
O esporte brasileiro atual está, infelizmente, carente de grandes ídolos. Neymar é um, mas só um. Temos candidatos que ainda não chegaram plenamente ao posto: Anderson Silva caminhava para isso. Ao vitorioso Cesar Cielo falta uma consolidação de imagem. Gabriel Medina apenas desponta. Guga Kuerten foi muito bem, mas não se equiparou a Senna, que completaria 55 anos em 2015. Pelé atleta é indiscutível, mas não é um ídolo pleno. Lembrando das mulheres, temos Marta, mas que infelizmente não atingiu o patamar superior. Um verdadeiro ídolo tem credibilidade e, inclusive diante de situações delicadas, dela se utiliza. Exatamente como Ronaldo Fenômeno mais de uma vez dela se utilizou.
Os ídolos vão e vem e, sempre que desfilam sua técnica esportiva, parecem fazer sumir problemas insolucionáveis. Sem eles, o esporte fica burocrático. Equipes, torcedores e competições não querem isso. Querem mais Ayrton Senna do Brasil.
* Com colaboração de Gilmar Júnior