A NBA na ESPN: Entrevista exclusiva com Palomino
Quando foi anunciada a divisão das exibições das partidas da NBA para o Brasil entre ESPN e SporTV, muitos não sabiam como seria a reação dos espectadores e, principalmente, dos números de audiência. Findando a temporada 2015/2016, da parte da ESPN no Brasil, o momento é de comemoração. Apenas a transmissão do segundo jogo das finais entre Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers atingiu, no último domingo dia 05.06, cerca de […] Leia mais
Publicado em 8 de junho de 2016 às, 09h02.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h37.
Quando foi anunciada a divisão das exibições das partidas da NBA para o Brasil entre ESPN e SporTV, muitos não sabiam como seria a reação dos espectadores e, principalmente, dos números de audiência. Findando a temporada 2015/2016, da parte da ESPN no Brasil, o momento é de comemoração. Apenas a transmissão do segundo jogo das finais entre Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers atingiu, no último domingo dia 05.06, cerca de 350 mil pessoas, segundo dados de audiência disponibilizados pela emissora. O tempo médio de permanência do telespectador na partida foi superior a uma hora.
O Esporte Executivo conversou na última 3ª feira com João Palomino, que aos 50 anos, após uma bem-sucedida carreira como locutor (inclusive da casa), é o atual Vice-Presidente de Jornalismo e Produção dos canais ESPN no Brasil. O agora executivo apontou, com satisfação, o crescimento na audiência dos jogos dessa temporada.
Aliás, Palomino exalta a audiência das finais da Liga, mas, garante, os números já eram incríveis desde a temporada regular. “Tínhamos uma audiência bastante equilibrada e satisfatória na última temporada. Ainda assim, tivemos um aumento de 73% para a temporada atual”.
A celebração vem também porque a principal concorrente no segmento, o SporTV, canal esportivo da Globosat, passou a transmitir a NBA para o Brasil. Enquanto no SporTV os direitos de transmissão são válidos até 2023, a ESPN, que exibe a liga norte-americana de basquete desde 1995, os possui até a temporada de 2024/25. A ESPN ainda tem os direitos exclusivos das finais e, com isso, vem arrebatando grande número de pessoas de olhos em sua transmissão.
Vale entender que ao renovar contrato com a NBA para seguir transmitindo a liga para o mercado brasileiro, a ESPN aumentou o número de transmissões semanais já a partir da próxima temporada. “Com a ampliação, o número de partidas transmitidas passará de 120 para 170. É um número relevante”, avalia Palomino.
Para o VP da ESPN, a forma de comunicar e noticiar o basquete norte-americano na programação da emissora mudou. E para melhor. “Trabalhar as informações ao longo da programação alimenta o espectador de forma mais equilibrada e com mais riqueza. Reservar um espaço específico da programação para um assunto apequena seu valor ao invés de aumentar. O fim do Por Dentro do Basquete e a distribuição dessa cobertura ao longo da programação nos mostrou isso”, assinala.
Quando perguntado sobre o tamanho da importância do estilo ESPN na definição dos espectadores, relevou: “Seria presunção nossa imaginar que as pessoas assistem os esportes norte-americanos conosco em função da transmissão ESPN. Eles querem ver o esporte. Mas também não negamos que trabalhamos para criar uma identificação na transmissão. Desde o perfil informativo e opinativo, passando por expressões como o “bingo” do Everaldo Marques, a “vaca que deita” do Zé Boquinha. Eu mesmo tinha o “Nossa Senhora”. Outro dia, ouvindo a Band News aqui em São Paulo, o jornalista citou “o caos” do Rômulo Mendonça. Não citou a origem nem o Rômulo, mas nem precisa. As pessoas deram risada no estúdio. Isso mostra que somos vistos e encontramos um bom caminho para falar com as pessoas”.
Ao final do papo, um assunto que poderia incomodar. O site da NBA no Brasil é hospedado no portal do SporTV. Nem no site, nem em suas transmissões televisivas o canal esportivo da Globosat cita as exibições que ocorrem na ESPN. Nem mesmo agora, para as finais da Liga. O inverso aconteceu, inclusive ao vivo, durante as finais de Conferência. Indagado pelo Esporte Executivo sobre a falta de reciprocidade do SporTV, Palomino não polemizou. “Havíamos acordado com a NBA que os canais seriam meio comuns para propagação e divulgação dos jogos, onde quer que fossem. Cada emissora, contudo, adota a estratégia que acha melhor para os espectadores”.
A ESPN mostra que sua comunicação “Tudo pelo Esporte” vai além do posicionamento propagado. É vivido. Nossa Senhora, Palomino… Bingo!