O piloto alemão da Fórmula 1 Michael Schumacher sempre foi muito reservado quando se tratava de sua vida pessoal. Depois do acidente de esqui nos alpes franceses que o fez entrar em coma em 2013, a família do astro manteve seu estado de saúde em sigilo e evitou ao máximo dar declarações à mídia. Tudo isso até agora, com a estreia do documentário  "Schumacher", que entra no catálogo da Netflix nesta quarta-feira 15.

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No filme, tanto a esposa Corinna Schumacher quanto os filhos Gina e Mike dão depoimentos inéditos sobre a condição de saúde atual de Schumacher. O documentário também aborda a carreira vitoriosa do alemão até o acidente de 2013 e narra o impacto que seu coma teve sobre a família, que hoje vive na Suíça.

A estreia do documentário estava planejada para dezembro de 2019, mas foi adiada para o último trimestre de 2020 para que fossem feitos os processamentos dos antigos filmes do arquivo pessoal da família. 

Antes de se aposentar como heptacampeão em 2012, Schumacher venceu 91 Grandes Prêmios de F1. Somente em 2020, com Lewis Hamilton, o recorde do alemão foi quebrado.

O estado de saúde de Schumacher

Em uma raríssima entrevista concedida ao portal Race Fans na semana passada, Corinna, casada com o ex-piloto desde 1995, falou sobre o estado de saúde do heptacampeão. “Todo mundo sente falta de Michael, mas Michael está aqui. Diferente, mas ele está aqui, e isso nos dá força, eu acho", disse. 

Corina também afirmou que Schumacher continua recebendo tratamentos para as lesões do acidente. “Moramos juntos em casa, fazemos terapia, fazemos tudo o que podemos para deixar Michael melhor e para que ele se sinta confortável e simplesmente para fazê-lo sentir nossa família, nosso vínculo. E não importa o que aconteça, farei tudo o que puder. Todos nós iremos". 

No documentário, Corinna fala sobre a luta da família para continuar unida após o acidente. “Estamos tentando continuar como família do jeito que Michael gostava. É muito importante para mim que ele possa continuar a desfrutar de sua vida privada tanto quanto possível, Michael sempre nos protegeu, agora estamos protegendo Michael", explicou Corinna ao Race Fans sobre o perfil reservado da família. 

Pesadelos com Ayrton Senna

No acidente que matou Senna em 1994, o piloto brasileiro disputava a liderança da corrida em San Marino com o alemão Schumacher. No documentário da Netflix, Corinna revelou que o alemão teve pesadelos e dificuldade para dormir após a morte do colega Senna. "Michael se perguntava se tinha agido da forma certa naquele dia. Foi realmente muito difícil", disse. 

Em outras gravações onde o próprio Schumacher aparece falando sobre a morte do brasileiro após o acidente, o alemão dizia que não sabia se poderia voltar às pistas sem pensar em Senna. "Foi algo muito estranho. Eu acordo durante a noite e durmo talvez três horas por noite", reclama Schumacher nas fitas inéditas que serão mostradas no documentário.