Quanto o governo pagou a mais por não pechinchar

São Paulo – Quando vão às compras, os governos costumam não seguir muito bem a velha regrinha de pesquisar o melhor preço antes de comprar. A conclusão faz parte de um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que analisou 3 milhões de notas fiscais de compras do governo federal e dos órgãos estaduais e municipais e comparou com os valores pagos pelos mesmos produtos por empresas privadas. Em média, segundo o IBPT, os governos pagam 17% mais do que as empresas para os mesmos tipos de produtos. Em alguns casos, como livros e materiais de informática, a diferença ultrapassa os 20%. “A compra pública tem que se dar pelo menor preço. O problema é que, como são poucas as empresas que participam dos processos de licitação, os valores acabam sendo manipulados”, diz Gilberto Luiz do Amaral, diretor de estudos do IBPT. “A falta de fiscalização também ajuda a piorar a situação”. No supermercado A pedido de EXAME.com, o IBPT fez outro levantamento. O órgão analisou cerca de 100 mil notas fiscais e comparou quanto os governos pagaram por determinados produtos no primeiro semestre deste ano e o valor médio cobrado do consumidor final pelos mesmos itens. Em uma lata de leite em pó, por exemplo, os governos pagaram, em média, dez reais – valor 25,7% superior ao encontrado em um supermercado. Outro dado que chama a atenção é o máximo que um órgão público chegou a gastar em determinada compra – você pagaria oito reais por uma única unidade de sabão em barra? Clique nas imagens e veja a lista completa de produtos e quanto os governos, em média, pagaram a mais em cada um deles.