Brasília - O Operador Nacional do Sistema (ONS) informou hoje (5), por meio de nota, que o atendimento à demanda de ponta por energia elétrica para este mês está assegurada pela “implementação de diversas medidas operativas”.

Entre elas, a manutenção de unidades geradoras, a minimização de intervenções que limitem a transferência de energia entre regiões, a utilização de todas as disponibilidades energéticas das usinas térmicas do Sistema Integrado Nacional e a máxima exploração das disponibilidades energéticas das regiões Sul e Norte para reduzir o uso dos estoques armazenados nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

O ONS diz ainda que para os meses de verão, “quando se espera uma elevação natural da carga em função das altas temperaturas”, o atendimento à demanda de energia está sendo analisado mês a mês, no planejamento da operação de curto prazo.

De acordo com o órgão, os estudos levam em conta as previsões de aumento nos níveis de água dos reservatórios das usinas de geração de energia à medida que se inicia o período chuvoso.

Os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste operavam ontem (4) com 18,03% da sua capacidade. Nos reservatórios do Rio Paraná, Ilha Solteira e Três Irmãos, no noroeste paulista, os níveis de armazenamento chegaram a zero.

No Nordeste, a média dos reservatórios é 15,2% da capacidade máxima. Abastecidos pelas águas do Rio São Francisco, o reservatório da Usina de Sobradinho armazenava 20,12% de seu limite máximo e o de Três Marias e Itaparica tinham, respectivamente, 2,77% e 17,02% da capacidade de armazenamento.

Apesar dos níveis reduzidos, segundo o ONS, o período chuvoso está se iniciando dentro da normalidade, conforme as previsões dos institutos de meteorologia, Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) e Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

A nota do ONS foi em resposta à reportagem Se não chover, país terá cortes de energia no verão, do jornalista Machado da Costa, publicada hoje no jornal Folha de S. Paulo.

A publicação diz que o Operador Nacional do Sistema avisou aos distribuidores e geradores de energia que “há risco de serem necessários cortes seletivos de energia para garantir o fornecimento durante os horários de pico, entre janeiro e fevereiro, quando há forte aumento no consumo de eletricidade. Para manter os reservatórios em nível seguro e evitar apagões nos horários de pico, as usinas deixariam de fornecer energia de madrugada”.