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Porto tem trimestre acima do consenso; Kakinoff quer manter ritmo de crescimento

Com operação batendo recordes, novo CEO não vê desaceleração e aposta em nova vertical de serviços

Paulo Kakinoff: nova vertical de serviços vai receber maior parte dos esforços e projetos no primeiro ano como CEO

Foto: Divulgação/ Porto (Porto/Divulgação)
Paulo Kakinoff: nova vertical de serviços vai receber maior parte dos esforços e projetos no primeiro ano como CEO Foto: Divulgação/ Porto (Porto/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

27 de fevereiro de 2024 às 22:21

Coroando um ano de bons resultados, a Porto entregou um quarto trimestre forte, com alta de 24% no lucro, para R$ 689 milhões, 10% acima do consenso, que apontava para R$ 615 milhões.

“Desde o começo do ano temos indicadores até acima do que se projetava. E vemos claramente uma dinâmica de recomposição de prêmio”, diz o CEO Paulo Kakinoff apontando uma racionalidade nas tarifas praticadas pelo setor

Na divisão de seguros, a receita aumentou 4,3%, para R$ 5,44 bilhões e o lucro foi ficou 12% melhor. Parte relevante desse resultado veio da melhora de 12% dos prêmios, em meio a um ambiente de valorização dos veículos e de correção dos valores dos seguros.

Os prêmios cresceram 15,8% no segmento patrimonial, 8,6% no de vida e 2,7% no auto, impulsionado pelo aumento da frota segurada, que aumentou 4,3%.

"O crescimento da companhia em todas as verticais faz com que o seguro auto continue sendo relevante, mas cada vez menos. Esse poder de ganho de escala ajuda a diluir a despesa administrativva e a capacidade de oferecer produtos competitivos no no mercado", afirma Kakinoff.

A Porto Saúde, que constitui outra vertical, aumentou em 31% a base de beneficiários, passando das 540 mil vidas, levando a um aumento expressivo de 48,4% da receita, que chegou a R$ 1,36 bilhão.

Fonte de pressão para o setor de saúde em 2023, a sinistralidade foi reduzida em 3,7 pontos percentuais em comparação ao mesmo período de 2022 e 4,4 pontos percentuais ante o terceiro trimestre de 2023. “Vislumbramos mais crescimento da base neste ano”, disse o CEO.

Já na vertical de serviços financeiros as receitas totais superaram R$ 1,3 bilhão no trimestre, com uma expansão de 10,9% ante o ano anterior, com destaque para o crescimento de 22% nas receitas de consórcio.

A empresa, conta Kakinoff, também manteve um trabalho de controle maior da concessão de crédito, ficando mais criteriosa e conservadora. Nas operações de crédito, a inadimplência acima de 90 dias encerrou em 6,6%, com uma redução sequencial de 0,8 ponto percentual e 0,6 ponto percentual abaixo da média de mercado.

A Porto de Kakinoff

Ex-Gol e Audi e conselheiro da Porto desde 2020, Kakinoff assumiu o comando da companhia em 2 de janeiro,  numa transição mais que suave, que durou sete meses e chegou num momento favorável. Em 2023, último ano da gestão de Roberto Santos, o lucro dobrou, chegando a R$ 2,26 bilhões, com todos os negócios – dos seguros de automóveis e residência, ao plano de saúde e ao PortoBank – reportando números bastante positivos.

Apesar de parte do mercado ver uma desaceleração no horizonte, o executivo acredita haver razões para continuar otimista. Os indicadores macroeconômicos, por exemplo, estão melhores, com queda do desemprego e algum grau de recuperação da indústria automobilística.

A cara da Porto sob seu comando deve vir pela expansão da nova vertical lançada no fim do ano passado: a de serviços. A empresa passou a ofertar a todo o mercado serviços que tinha para seus segurados, como eletricistas, encanador, vidraceiro ou guincho. Há serviços também como suporte psicológico, assistência pet -- até mesmo serviços de white label ou de telecom para empresas.

“A Porto tem um recall de marca muito relacionada a serviços. E boa parte dos serviços que ofertamos tem um potencial de exploração também desassociados do seguro, o que tem nos dá perspectiva de crescimento nessa vertical”, diz Kakinoff. A empresa tem intensificado parcerias B2B para a distribuição do portfólio.

Parte relevante desses serviços é ofertada de forma mais completa no Sul e Sudeste, o que abre espaço para expandir para mais regiões e deve deixar o bolso de fusões e aquisições dedicado a essa divisão.

“Não há uma uniformidade na oferta, o que nos dá oportunidade de crescimento de maneira orgânica, mas também por aquisições de empresas que são regionais e com nível de excelência de serviços. Isso permite ampliação do portfólio atual para mais geografias e, eventualmente, até diversificação ainda maior de serviços”, diz.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado