Na Copasa, mais um passo em direção à privatização
Votação em comissão da assembleia legislativa mostra apoio maior que o esperado à operação


Natalia Viri
Editora do Exame INSIGHT
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 11:31.
Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 11:56.
Uma votação ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais deixou a Copasa mais próxima da privatização.
Os deputados aprovaram uma PEC que remove a necessidade de um referendo popular para o caso de venda do controle da companhia de saneamento do Estado, por cinco votos a dois.
“Foi um placar acima do esperado, mostrando que o projeto está ganhando tração e tem apoio”, aponta um investidor que tem acompanhado de perto as discussões.
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Com a fase de CCJ concluída, a proposta de emenda agora será enviada a uma comissão especial antes de ser debatida na sessão plenária da assembleia. Para ser aprovada, a PEC vai requerer uma maioria qualificada, com pelo menos 60% de votos favoráveis.
Submetida pelo governo federal há quase dois anos, a proposta de emenda andou devagar e enfrentou atrasos e manobras da oposição. Inicialmente, ela englobava tanto a Copasa quanto a Cemig, mas a empresa de energia saiu do texto.
Os entraves continuaram até semana passada, quando houve pedido de revisões pela oposição na sessão da CCJ. Portanto, apenas o fato de a proposta estar andando já é indicação de que a operação vem ganhando timing. “A aprovação marca um passo significativo em direção ao processo de privatização, na medida que reduz as barreiras legais e políticas para o Estado”, escreveu a equipe do Itaú BBA em relatório.
O movimento de venda de ativos está condicionado ao programa do estado para reduzir suas dívidas com o governo federal, batizado de Propag. O prazo final para aprovar todas as medidas relativas ao programa é o fim de outubro. O governo estadual já submeteu a assembleia 14 projetos de lei relacionados ao Propag, dos quais cinco foram aprovados.
Além disso, Minas tem até o fim de dezembro para apresentar ao governo federal quais companhias pretende privatizar ou federalizar para endereçar a renegociação da dívida. Ao que tudo indica, a Cemig está fora da mesa por enquanto.
A Copasa já subiu 60% na bolsa neste ano, refletindo em grande parte a expectativa de privatização. A companhia também está passando por um ciclo de revisão tarifária relevante junto à agência reguladora local, e que deve ser concluído até o fim de novembro. Parâmetros divulgados no começo do mês vieram acima do esperado pelo mercado.
No patamar atual da ação, a Copasa está negociando a um pouco mais de uma vez sua base de ativos de 2025.
“O nome nos parece assimétrico, especialmente considerando a revisão tarifária positiva”, afirmou Antonio Junqueira, do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), em relatório do dia 2. “Acreditamos que o upside vindo de uma privatização mais amigável ao mercado (e regulação) é muito mais relevante do que o downside se isso não acontecer.”
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Natalia Viri
Editora do Exame INSIGHTJornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.
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