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Amazônia conectada: Oportunidades e desafios

Augusto Rocha, professor da UFAM, e Nelson Simões, diretor da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), debateram o assunto no Especial Exame Amazônia

Por André Barros

Como levar conexão de internet de qualidade para uma região que ainda tem cerca de 400 mil pessoas vivendo sem energia elétrica? Para discutir os desafios e oportunidades da Amazônia Conectada, o Especial Amazônia de EXAME reuniu Augusto Rocha, professor associado da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), e Nelson Simões, diretor geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). A conclusão é que muita obra de infraestrutura precisa ser feita em paralelo com a necessária conexão da população, o que ajudaria a desenvolver a região na educação, no social e economicamente.

Rocha disse que 30 anos seria pouco tempo para resolver todos os problemas. “De imediato os estados da região precisam investir ao menos 2,5% do seu PIB em infraestrutura sustentável. Hoje os gastos chegam a 0,25% do PIB e apenas em custeio, este valor mal mantém a estrutura já existente”, disse o professor.

Simões, da RNP, propôs um desafio para que em 5 anos toda a Região Norte esteja conectada: “Nós temos condições para isso. Existem recursos, não é uma tarefa simples, reúne diversos atores como governo federal, estaduais, mas é possível integrar e qualificar a população”.

A RNP é pioneira na internet no Brasil. Dentro de sua estrutura estão interligadas as principais universidades, institutos de pesquisas, hospitais, dentre outros órgãos que trabalham com conhecimento, e a rede tem investido em conectar a Amazônia.

“A primeira ação é constituir uma infraestrutura de comunicação robusta para o transporte de dados”, afirmou o diretor-geral da instituição ligada ao governo federal. “A RNP tem investido em passar cabos de fibra óptica pelos rios da região, dentro do Programa Amazônia Integrada e Conectada. É uma solução de baixo custo financeiro e menor impacto ambiental”.

Conexão além dos dados

Para o professor da UFAM, as deficiências na região são grandes especialmente no transporte: “A carência é secular. A Amazônia é quase do tamanho do Nordeste inteiro e as pessoas a conhecem apenas pelo Google. O governo faz projetos que não são executados, é sempre um voo de galinha”.

Ele defende a criação de portos em áreas com presença humana, com estrutura adequada para as necessidades da região, além de aeroportos a cada 500 quilômetros para ajudar a difundir o turismo na Amazônia. Segundo Rocha é possível desenvolver atividades para exportação, como a pesca de pirarucus e tambaquis, e ajudar a melhorar a vida das populações.

“A própria Zona Franca de Manaus poderia ser muito maior se integrada à biodiversidade da Amazônia, para desenvolver a indústria de fármacos e cosméticos. Mas precisamos de portos, estradas, de interligar as regiões de maneira melhor”, afirmou o professor.

Assista a conversa completa

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