Exame.com
Continua após a publicidade

A digitalização do setor de seguros chegou para ficar

Como o processo de transformação digital, com o uso de inteligência artificial e serviços online estão mundo diversos setores da indústria

"O fato é que hoje o mundo está cada vez mais tecnológico e elas devem seguir essa tendência." (Yuichiro Chino/Getty Images)
"O fato é que hoje o mundo está cada vez mais tecnológico e elas devem seguir essa tendência." (Yuichiro Chino/Getty Images)
G
Gustavo Caetano

Publicado em 29 de março de 2021 às, 12h00.

"Time que está ganhando não se mexe”. Essa sempre foi a premissa do segmento de seguros, um dos mais tradicionais da economia brasileira até 2020. Porém, no ano passado, tudo mudou. Por conta da pandemia da Covid-19, as empresas desse setor viram suas receitas caírem e precisarem se reinventar para superar a fase turbulenta. Para isso, iniciaram ou aceleraram o processo de transformação digital.

Está faltando dinheiro para 2021? Investir na bolsa pode ser o primeiro passo. Conheça os cursos da EXAME Academy

Segundo o estudo World InsurTech Report 2020, divulgado pela Capgemini e Efma, com a crise na saúde as companhias de seguro sentiram a necessidade de entregar uma experiência superior ao cliente (94%), oferecer processos à prova de crise (90%), dar respostas em tempo real (87%), além de ser um parceiro atencioso (86%) e disponibilizar seguro como "utilities" (70%). 

Para tanto, ainda segundo a pesquisa, 38% delas implementaram APIs abertas. Além disso, elas passaram a estabelecer fluxos automatizados e ajustaram seus produtos para atender a nova realidade social e a necessidade de ficar em casa para evitar o contágio pela nova doença.

Essa alteração na mentalidade das companhias, mesmo que tenha sido motivada por um fator incontrolável, tende a se manter. O fato é que hoje o mundo está cada vez mais tecnológico e elas devem seguir essa tendência. A transformação digital no setor de seguros gerou benefícios imensos para a população, principalmente em relação à comodidade, pois o contato com médicos (no caso da saúde), corretores e mecânicos (se tratando de veículos), passou a ser feito de forma virtual.

Mais do que só os usuários, essa mudança também contribuiu para as empresas, que conseguiram otimizar os seus processos, realizando-os com mais rapidez e segurança. Isso sem contar com a possibilidade de gerir, avaliar, treinar e motivar seus colaboradores remotamente.

Outro ponto importante também é o uso da inteligência artificial para analisar um volume alto de dados de forma mais fácil. Por meio dela, é possível, por exemplo, prevenir perdas e acidentes e identificar chamadas fraudulentas muito mais rápido. Com a redução do risco de incidentes, os preços dos seguros podem ficar mais acessíveis e as seguradoras conseguem personalizar os planos de seguros e torná-los mais dinâmicos, a partir do comportamento e o perfil dos usuários. Essa flexibilização das ofertas faz com que as ofertas sejam personalizadas e assim as pessoas se sintam mais exclusivas. Isso ajuda a melhorar a experiência e tende a aumentar a taxa de conversão de ofertas e principalmente de satisfação com o produto e serviço.

Contudo, se quiserem continuar se desenvolvendo, elas deverão investir em soluções ou parceiros estratégicos. Pelo que vejo, isso não será difícil, pois sabendo das vantagens trazidas pela modernização ao setor, as empresas não vão querer voltar ao modelo de trabalho estático e manual que era visto antes da pandemia. Atentas às novidades do mercado e principalmente ao comportamento do consumidor as seguradoras vão correr para empregar as tecnologias que serão catalisadoras de novos processos e inovações.

Arrisco dizer, inclusive, que nos próximos anos este setor pode gerar tendências, servir de modelo em termos de digitalização. Então fique de olhos abertos, para não perder algum grande passo dessa revolução que está só começando.