Logo Exame.com
Research

Santander e Banrisul: as novas apostas do Itaú BBA para o setor financeiro na Bolsa

Apostando ‘mais em bancos e menos mercado de capitais’, banco revê suas recomendações – e rebaixa BB e BTG

Santander: banco tem melhorado suas carteiras de crédito desde 2022 em termos de provisões e clientela e deve aproveitar melhora do ciclo (Jakub Porzycki/Getty Images)
Santander: banco tem melhorado suas carteiras de crédito desde 2022 em termos de provisões e clientela e deve aproveitar melhora do ciclo (Jakub Porzycki/Getty Images)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 8 de julho de 2024 às 15:37.

Diante de um inverno longo no mercado de capitais, o Itaú BBA decidiu revisar suas apostas para as empresas do setor financeiro na Bolsa. Para o time de Pedro Leduc – um dos mais respeitados analistas da área –, o momento está mais favorável a bancos do que a players voltados ao mercado de capitais.

“A curva de juros mais alta do Brasil e a incerteza devem impactar os mercados de capitais e a atividade de investimento de forma mais direta (mais do que o crédito ao consumidor)”, disse o analista relatório divulgado hoje.

SAIBA ANTES: Receba as notícias do INSIGHT pelo Whatsapp

Os spreads corporativos se apertaram significativamente, enquanto um ambiente de taxas mais altas é geralmente negativo para a inadimplência. Por outro lado, o crédito ao consumidor está atualmente o melhor ponto do setor, puxado pela criação de empregos, salários mais altos e menor inflação.

Diante desse cenário, os analistas do BBA elegeram o papel do Santander Brasil como uma de suas principais apostas, elevando a ação de neutro para compra.
“[A mudança] refletindo nosso contínuo otimismo com o negócio de crédito ao consumidor e avanços internos significativos que impulsionarão o crescimento dos lucros.”

O BBA prevê um avanço de 45% no lucro por ação neste ano e de 25% ainda em 2025, com um retorno sobre patrimônio (ROE) de volta à casa dos 17% no ano que vem.

“O Santander vem limpando seus dutos de crédito desde 2022 em termos de provisões e clientela, tornando-o mais preparado para acelerar neste ciclo”, ressalta o Itaú.

Junto com uma nova abordagem de go-to-market e atendimento ao cliente, o primeiro trimestre já mostrou ganhos de participação de mercado em áreas-chave como cartões de crédito, folha de pagamento, veículos e PME, destacam. O preço-alvo passou a ser de R$ 33, um prêmio de 22% sobre o fechamento de sexta-feira.

Outro papel elevado para compra foi o do Banrisul, banco gaúcho cujos papéis sofreram forte desvalorização em meio ao temor dos impactos das enchentes. “Acreditamos que as preocupações em qualquer lado do ativo ou passivo são exageradas. O portfólio de crédito é principalmente folha de pagamento ou agro”, afirmam.

Além disso, afirmam os analistas, a atividade voltou rapidamente na região, e várias medidas de alívio de crédito provavelmente diluirão (ou até mesmo compensarão) o potencial risco de crédito corporativo. “Os próximos resultados devem aliviar as preocupações e desencadear uma reprecificação.”

Na contramão, Leduc e sua equipe rebaixaram as ações do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) de compra para neutro, com preço-alvo de R$ 35 por unit. Depois de revisões de lucro para cima, o time do BBA passou a prever um período mais difícil para o banco, com redução no faturamento das divisões de Sales & Trading, IB e Crédito Corporativo.

LEIA MAIS: “Que vença o melhor”: nova bolsa no Rio quer trazer de volta competição no mercado de capitais

“Continuamos gostando do nome a longo prazo, com alavancas de participação de mercado e eficiência nas despesas gerais e administrativas para impulsionar um crescimento de lucro por ação de 10% a15% na base anual nos próximos anos”, ponderam.

Outro papel rebaixado pelo BBA foi o do Banco do Brasil, de compra para neutro. Embora vejam o papel negociando com desconto, Leduc e seu time acreditam que pode haver menos catalisadores, dado que tem menos exposição à carteira de pessoas físicas do que o Santander, devido ao seu maior portfólio agro e corporativo.

De acordo com o BBA, os problemas de empréstimos inadimplentes no BB estão persistindo mais tempo do que em seus pares, provavelmente devido ao portfólio renegociado crescente, e as provisões para este ano devem exceder as projeções.

“Os investidores estão cada vez mais sensíveis aos riscos políticos, o que poderia dificultar a expansão dos múltiplos.”

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Continua após a publicidade
CeA: Leilão para venda da Cofra movimenta R$ 460 milhões; ação sai com desconto de 12%

CeA: Leilão para venda da Cofra movimenta R$ 460 milhões; ação sai com desconto de 12%

Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara

Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara