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No Carrefour, a nova cara (e as novas margens) pós-BIG

Com a otimização do portfólio de lojas, a empresa prevê um impacto potencial total no Ebitda entre R$180 e 220 milhões no ano que vem

Atacadão: bandeira de atacarejo deve reportar margem Ebitda entre 5% a 6% nas lojas convertidas  (Alexandre Battibugli/Exame)
Atacadão: bandeira de atacarejo deve reportar margem Ebitda entre 5% a 6% nas lojas convertidas (Alexandre Battibugli/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 5 de dezembro de 2023 às 23:25.

Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 16:07.

O Carrefour Brasil anunciou projeções atualizadas para seus negócios, para refletir a nova cara de seu parque de lojas, depois que as conversões do Grupo BIG (compradas do Advent em 2021) forem concluídas. O anúncio vem na esteira do Investor Day quando divulgou que, até 2026, 40 lojas de hipermercado vão virar Atacadão, sua bandeira de atacarejo, e Sam’s Club, o clube de compras com foco em importados.

A varejista espera que até o fim de 2024 as vendas por metro das lojas convertidas do BIG para o Atacadão atinjam aproximadamente entre R$ 28.000/m² e R$ 31.000/m², na base anualizada. Já a margem Ebitda por loja deve ficar entre 5% e 6% também até o fim do próximo ano – sinalizando um tempo de maturação até que elas atinjam o patamar das lojas já consolidadas.

Ao fim do terceiro trimestre, a margem do Atacadão foi de 7,5%, excluindo os ativos do BIG, ou 6,7%, considerando todo o parque de lojas.

A projeção do grupo para a margem das lojas convertidas do BIG é menor do que o concorrente Assaí tem conseguido reportar com as lojas dos hipermercados Extra convertidas ao longo de 2022. Ao fim do terceiro trimestre, a margem Ebitda dessas lojas ficou acima de 7%, já em ritmo similar às lojas maduras do Assaí.

A médio prazo, no entanto, as perspectivas do Carrefour melhoram. Até o fim de 2025, a companhia espera que as vendas alcancem aproximadamente R$ 35.000/m², enquanto a margem Ebitda por loja chegue a algo entre 7% e 8%.

Considerando o amadurecimento das lojas do Sam’s Club, a empresa espera chegar a uma margem entre 9% e 10% em loja e de 7% a 8% para toda a unidade de negócio ao fim de 2025. A empresa não apresentou dados de 2024 para a bandeira. No ano que vem, a estimativa é abrir 7 e 9 lojas do clube.

Com a otimização do portfólio, a empresa prevê um impacto potencial total no Ebitda entre R$180 e 220 milhões em 2024 e de R$550 a 800 milhões no ano seguinte.

Isso se soma às projeções de investimento menores. A analistas e investidores, no último dia 28, a varejista informou que pretende investir de R$ 2,3 bilhões a R$ 2,6 bilhões em 2024, pouco mais da metade dos R$ 4,1 bilhões de CAPEX deste ano.

Apesar da conversão de 40 hipermercados entre 2024 e 2026 em Atacadão e Sam’s Club, a companhia afasta a possibilidade de sair do formato – um movimento feito pelo GPA ao vender os hipermercados Extra para o Assaí. Hoje, das 1.190 lojas (número que inclui drogarias e postos de gasolina), 361 são do Atacadão e 143 são hipermercados. Ao fim de 2022, os números eram 344 e 170, respectivamente.

Negociadas a R$ 11,04, as ações do Carrefour Brasil acumulam perda de 21,38% no ano. No dia do Investor Day, os papéis chegaram a ensaiar uma recuperação, alcançando o patamar de R$ 11,59, mas voltaram a cair nos pregões seguintes.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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