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Itaú BBA corta recomendação do Pague Menos e ação cai mais de 10%

Banco mantém visão mais conservadora, apesar de reconhecer ganhos pós-incorporação da Extrafarma

Pague Menos: outro ponto de atenção é a alavancagem financeira (Divulgação/Pague Menos)
Pague Menos: outro ponto de atenção é a alavancagem financeira (Divulgação/Pague Menos)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 4 de janeiro de 2024 às 16:01.

O Itaú BBA rebaixou para neutro a recomendação da ação da varejista farmacêutica Pague Menos e cortou o preço-alvo de R$ 5 para R$ 4,20, de olho num ritmo mais lento de abertura de lojas e na expectativa de um reajuste de preços de medicamentos mais baixo do que os de anos anteriores. “Com a ação sendo negociada a 37x preço / lucro para 2024, decidimos nos afastar por enquanto.”

O relatório fez preço. A ação despencava mais de 12% nesta quinta-feira, para R$ 3,38. Em 2023, o papel recuou 7%.

A equipe comandada por Thiago Macruz destaca os ganhos pós-incorporação da Extrafarma, que “tem trazido mais boas notícias do que más ultimamente”. No entanto, observa que ainda há trabalho a ser feito.

“Nos últimos trimestres, a unidade de negócios apresentou melhorias perceptíveis, e seu Ebitda ficou em território positivo, mas a diferença operacional em relação às cifras isoladas da Pague Menos ainda não foi superada”, diz.

Segundo os analistas, uma alavanca potencial para impulsionar as vendas é a conversão de algumas lojas da Extrafarma para a bandeira da Pague Menos. Onze lojas foram convertidas no primeiro trimestre do ano passado, e os resultados iniciais animaram. O crescimento das vendas foi quase 4 vezes maior do que de todo o grupo. Esses números levaram a administração a converter outras 44 lojas nos últimos três meses de 2023.

“Estamos revisando para baixo nossas estimativas de receita para a Extrafarma em 2024, principalmente devido a um reajuste de preços de medicamentos mais baixo, mas incorporando melhores tendências de vendas para a unidade em termos relativos”, acrescentam.

Outro ponto de atenção é a alavancagem financeira. A empresa adotou medidas para melhorar sua estrutura de capital, incluindo a captação de aproximadamente R$ 300 milhões e, mais recentemente, a revisão de sua projeção para abertura de lojas.

Pelos cálculos do banco, a Pague Menos deve apresentar uma relação dívida líquida/Ebitda de 2,6x no fim do de 2023, o que implica uma jornada ainda “significativa” para chegar ao guidance de alavancagem financeira de 1,7x até o fim de 2024. Para o banco, dado esse cenário mais conservador de ganhos operacionais, a alavancagem do grupo de farmácias deve ficar ainda em 1,9x em 2024.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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