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C&A volta à moda na Bolsa e sobe 18%

Receita cresceu 9,6% e vendas em mesmas lojas avançaram 9,1%

De julho a setembro, a receita da C&A cresceu 9,6%, para R$ 1,54 bilhão, com as vendas em mesmas lojas avançando 9,1% (C&A/Divulgação)
De julho a setembro, a receita da C&A cresceu 9,6%, para R$ 1,54 bilhão, com as vendas em mesmas lojas avançando 9,1% (C&A/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 10 de novembro de 2023 às 18:22.

Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 17:30.

Com um dos melhores resultados de vendas mesmas lojas entre as varejistas de moda listadas no terceiro trimestre, a C&A disparou na Bolsa, com alta de 18%, levando a alta acumulada no ano a mais de 200%.

De julho a setembro, a receita da C&A cresceu 9,6%, para R$ 1,54 bilhão, com as vendas em mesmas lojas avançando 9,1%. A linha final do balanço foi uma redução de 28% no prejuízo líquido, para R$ 44,2 milhões.

Na contramão, a Renner grupo gaúcho de moda reportou crescimento de 1,5% das vendas em mesmas lojas, com a receita líquida do varejo ficando praticamente estável (+0,8%), a R$ 2,63 bilhões. O lucro líquido caiu 33%, para R$ 172,9 milhões.

“Foi um trimestre importante por conseguirmos superar diversas adversidades de mercado e que nos deixa confiantes para o quarto trimestre e o ano a diante. Pode soar estranho, já que o lucro líquido caiu. Mas tivemos uma geração de caixa recorde”, diz o CFO da Renner, Daniel Santos, em entrevista ao EXAME In.

A varejista terminou o período com posição de caixa de R$ 3,3 bilhões. A ação, porém, caiu 5,17% no pregão de hoje.

Normalização no terceiro trimestre

Na C&A, o terceiro trimestre foi o mais “normalizado” do ano segundo o CEO, Paulo Correa. Isso porque o primeiro foi fraco e o segundo tinha uma base de comparação difícil, especialmente porque o inverno de 2022 teve temperaturas mais baixas do que o de 2023 e o verão fora de época no outono-inverno deste ano fez muitas das varejistas a liquidarem seus estoques.

“A empresa apresentou uma melhoria na margem bruta das vendas de vestuário que atingiu 54,1%, impulsionada pela adoção do push and pull e pela melhoria contínua no desenvolvimento de produtos”, destacou a equipe do Santander em relatório.

'Push and pull'

O modelo push and pull, em que a demanda de produção das peças é atualizada de acordo com os dados de vendas em cada loja e no site, é um dos destaques dos investimentos que a C&A tem feito em tecnologia e que a direção defende como o diferencial da companhia no momento em que o consumo discricionário é mais desafiado.

A analistas e investidores, a diretoria executiva da companhia afirmou que a penetração do push and pull nas vendas deve ir dos atuais 37% para 40% até o fim do ano e pode passar dos 50% em 2024.

“Na época em que fizemos o IPO [a empresa abriu capital em outubro de 2019] havia alavancas que víamos como criação de valor, como a expansão de lojas físicas, a melhora na dinâmica de supply e o arsenal de tecnologia”, conta Correa, “tudo isso acabou criando aumento de margem e receita”, conclui ele.

Somado às melhorias operacionais, a C&A Brasil colocou o pé no freio em investimentos, que caíram 50%, para R$ 46,8 milhões, com maior foco na frente digital e de tecnologia. A redução de capex é pela busca de preservação de caixa da companhia, que terminou o terceiro trimestre com saldo de R$ 1,12 bilhão.

Nesta sexta-feira, Guararapes, dona da Riachuelo, caiu 0,77% e Lojas Marisa subiu 2,32%. Desde o IPO, a ação da C&A caiu 58%. No ano, acumula alta de nada menos que 229%. A Renner cai 33% no ano, enquanto Guararapes acumula perdas de 14,36% e Marisa recua 50,5%.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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