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Governança

BREAKING: GPA quer oferta de até R$ 1 bi, com diluição do Casino

Dona do Pão de Açúcar e do Extra hoje é avaliada no mercado em R$ 1,17 bilhão; operação abre caminho para companhia virar 'corporation'

GPA: dona do Pão de Açúcar pretende lançar uma oferta tão grande quanto seu valor de mercado atual (GPA/Divulgação)
GPA: dona do Pão de Açúcar pretende lançar uma oferta tão grande quanto seu valor de mercado atual (GPA/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 10 de dezembro de 2023 às 18:49.

Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 11:34.

O GPA – dono das marcas Pão de Açúcar e Extra – acaba de anunciar a intenção de fazer uma oferta de até R$ 1 bilhão para reforçar o caixa da companhia e reduzir seu endividamento, num movimento que deve marcar a redução da participação e da ascendência do Casino sobre a empresa.

Hoje o Casino é dono de 40,9% da varejista de alimentos e não deve acompanhar a oferta. Ficaria, portanto, com algo em torno de 20%. O GPA atualmente é avaliado em R$ 1,17 bilhão. O papel teve uma valorização expressiva de 23,71% nesta semana com um short squeeze (quando a alta dos papéis é acentuada por conta da redução das posições vendidas, que apostam na queda do papel) em meio a diversos rumores sobre o follow-on e interesse de investidores.

A redução da alavancagem da companhia tem sido uma das agendas prioritárias do CEO Marcelo Pimental. Os recursos a serem captados no follow-on seriam usados para diminuir a dívida líquida da companhia, hoje em R$ 3 bilhões — ou 5,9 vezes seu EBITDA em 12 meses. No Investor Day realizado esta semana, a companhia sinalizou que a alavancagem seria de 3,9x, considerando o dinheiro da venda de suas fatias na Cnova e no Éxito (a alienação deve ser concluída no início de 2024) e uma margem Ebitda de 8% a 9% para o próximo ano. Com a oferta nesse valor total estimado, esse indicador iria para 3,2x. A venda do imóvel da sede e da rede de postos de gasolina ajudaria reduzir ainda mais a alavancagem.

Pessoas próximas à operação acreditam haver apetite de investidores da base acionária da companhia, além de ser possível atrair novos investidores de olho no processo de recuperação do negócio.

Há, no entanto, um trabalho de convencimento ainda a ser feito com parte do mercado. "Não vão ter tantos interessados e terão que jogar o preço lá embaixo", avalia um gestor ouvido pelo EXAME IN.

Para conduzir a operação, a empresa contratou o Itaú BBA e o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), além de ter como assessor financeiro a BR Partners. Para a oferta acontecer, a companhia ainda precisa aprovar com acionistas um aumento de capital de até 800 milhões de ações ordinárias.

Para isso, está convocando uma assembleia extraordinária para 11 de janeiro, quando também irá propor um novo desenho para seu conselho de administração, já refletindo a diminuição da ascendência do Casino.

Atualmente, de nove cadeiras do conselho de administração, quatro são indicações do Casino e uma, que também era indicação do grupo francês está vaga pois pertencia ao atual CFO, Rafael Russowsky.

Pela nova proposta, o Casino teria apenas duas cadeiras, a serem ocupadas por Christophe José Hidalgo e Philippe Alarcon. Uma cadeira seguiria com o CEO Marcelo Pimentel e outras seis seriam ocupadas por conselheiros independentes.

Eleazar de Carvalho Filho, Luiz Augusto de Castro Neves e Renan Bergmann seriam reconduzidos ao cargo, e José Luis Gutierrez, Márcia Nogueira de Mello e Rachel Maia chegariam como novos membros independentes.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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