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Israel

A aposta de Bill Ackman no Israel pós-guerra

Bilionário americano compra 5% da bolsa de Tel-Aviv, em um dos negócios mais emblemáticos no país desde o início do conflito com o Hamas

Bill Ackman, (Christopher Goodney/Bloomberg)
Bill Ackman, (Christopher Goodney/Bloomberg)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

24 de janeiro de 2024 às 15:10

Um dos combatentes mais vocais do antissemitismo nos Estados Unidos desde o início da guerra entre Israel e Hamas, Bill Ackman, fundador da gestora Pershing Square, e sua esposa Neri Oxman compraram uma participação de 4,9% na bolsa de Tel-Aviv.

A fatia faz parte da venda de uma participação mais ampla no valor de 353 milhões de shekels (US$ 95 milhões). Pelos cálculos do "Financial Times", eles pagaram cerca de US$ 25 milhões pelos quase 5%.

Em comunicado, a bolsa de Tel-Aviv afirma que a venda atraiu “interesse robusto de investidores em Israel, Estados Unidos, Europa e Austrália" e foi um "forte voto de confiança tanto na [bolsa] quanto na economia israelense como um todo". Da venda, precificada com um desconto de 2% em relação ao último fechamento das ações, apenas o nome do casal foi revelado na lista de compradores.

As ações da bolsa de Tel-Aviv fecharam com alta de 7,62%, quase anulando as perdas de 3% registradas desde o começo da guerra. A empresa de serviços financeiros operava abaixo de seus pares, como a Saudi Tadawul Group, a Deutsche Boerse e a London Stock Exchange, que tiveram ganhos de pelo menos 12% no mesmo período.

Ackman é conhecido por suas campanhas ativistas em grandes empresas, incluindo a Herbalife, de suplementos, e a loja de departamentos JCPenney. Seu fundo principal teve um ganho de 27% em 2023, gerando ganhos de US$ 3,5 bilhões para os investidores.

Mas mais recentemente seu nome ficou em destaque pelo debate gerado em torno da guerra entre Israel e as forças do Hamas na Faixa de Gaza. Desde outubro, quando o conflito começou, ele tem feito campanha contra várias universidades americanas, incluindo Harvard – de onde ele é egresso –, alegando que não fizeram o suficiente para combater o antissemitismo.

Com mais de 1 milhão de seguidores na rede X, ex-Twitter, Ackman pediu publicamente a renúncia dos presidentes de Harvard, University of Pennsylvania e MIT, após críticas ao desempenho deles em uma audiência do Congresso sobre antissemitismo nos campi universitários no final do ano passado.

Em Harvard, a reitora Claudine Gay renunciou ao cargo em 2 de janeiro, também sob acusações de plágio. A presidente da University of Pennsylvania, Elizabeth Magill, também renunciou na esteira das críticas de antissemitismo.

A postura de Ackman tem encontrado resistência nas alas políticas mais à esquerda nos Estados Unidos, mas rendeu muitos elogios de ativistas conservadores, membros da comunidade judaica e até mesmo de Elon Musk.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado