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GPA aperta o cinto, fica mais rentável e reduz prejuízo em 72% no 4° tri

Companhia focou em redução de custos e despesas, acelerou a venda de ativos e investiu no formato premium e de proximidade

Minuto Pão de Açúcar: bandeira de proximidade puxou abertura de lojas Foto: Eduardo Frazão (Eduardo Frazão/Exame)
Minuto Pão de Açúcar: bandeira de proximidade puxou abertura de lojas Foto: Eduardo Frazão (Eduardo Frazão/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

22 de fevereiro de 2024 às 08:35

Em um intenso processo de reestruturação e recuperação de rentabilidade, o GPA, dono do Pão de Açúcar e do Extra, viu os números melhorarem em 2023, especialmente no último trimestre.No quarto trimestre, o prejuízo líquido do grupo caiu 72,5%, para R$ 303 milhões.

Excluindo as operações da rede colombiana Éxito, cuja venda foi concluída em janeiro, o prejuízo ficou 68% menor, em R$ 87 milhões. No ano, considerando só as operações continuadas, a empresa finalmente voltou ao azul: reverteu um prejuízo de R$ 863 milhões para um lucro de R$ 85 milhões.

O mercado espera, agora, o anúncio da oferta subsequente de ações que deve levantar até R$ 1 bilhão e, mais do que isso, diluir o Casino, hoje dono de 41% do capital. A redução dos franceses na base acionária da empresa é vista com bons olhos, dado o momento complexo e o alto endividamento dos atuais controladores.

No quarto trimestre, a companhia conseguiu aumentar o lucro bruto em 22%, com a margem chegando a 25,7%, 3,1 pontos percentuais maior do que um ano antes. A receita líquida avançou 7,3%, para R$ 5,26 bilhões.

O desempenho reflete, diz o CEO Marcelo Pimentel em sua mensagem do balanço, a adoção de um orçamento base zero somado a corte de custos e desejosa, redução de quebras dos estoques e venda de ativos non-core, como o próprio Éxito e a CNova, que foi vendida ao Casino.

A companhia também conseguiu reduzir em R$ 588 milhões sua dívida bruta consolidada, para R$ 5,27 bilhões. Outro ponto ainda mais positivo foi a geração de caixa operacional de R$ 907 milhões em todo o 2023 — um ano antes, queimou R$ 532 milhões. O fluxo de caixa depois da venda de ativos caiu de R$ 1,75 bilhão para R$ 542 milhões.

No último trimestre de 2023, o Ebitda ajustado do GPA somou R$ 404 milhões, um salto nada inexpressivo de 71%.

O controle de de despesas não significou, no entanto, uma trava na expansão de lojas. Em 2023, a empresa abriu 61 lojas, sendo a imensa maioria de proximidade, na bandeira Minuto Pão de Açúcar — com um aumento de vendas em mesmas lojas de 5,6% no quarto trimestre. Ao fim do ano, eram 176 Minutos Pão de Açúcar de um universo total de 767 lojas.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado