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No Fleury, receita desacelera, mas margens mostram entrega de sinergias

Faturamento perde fôlego no quarto tri, com menos dias úteis e sem covid; margem EBITDA sobe 1 p.p. para 22,1%, refletindo integração com Pardini

Tsutsui, CEO do Fleury: Entrega de sinergias está dentro do sinalizado ao mercado (Foto: Leandro Fonseca/Exame) (Leandro Fonseca/Exame)
Tsutsui, CEO do Fleury: Entrega de sinergias está dentro do sinalizado ao mercado (Foto: Leandro Fonseca/Exame) (Leandro Fonseca/Exame)
Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 7 de março de 2024 às 19:01.

Última atualização em 7 de março de 2024 às 19:32.

O Fleury diminuiu seu ritmo de crescimento no quarto trimestre, com um avanço de 4,9% na receita líquida, menos da metade dos 11,6% nos três meses anteriores, já considerando os números pro-forma, que consideram os números do Hermes Pardini, incorporado oficialmente em maio deste ano.

Já esperada pelo mercado, a queda é resultado, em parte, de um período de sazonalidade mais ‘desafiadora’, com um menor número de dias úteis nas festas de fim de ano, afirma a CEO Jeane Tsutsui. Além disso, o quarto trimestre de 2022 ainda teve um efeito relevante de exames de Covid – excluindo esse último efeito, o avanço seria de 6,5%.

“Seguimos com a captura de sinergias [da fusão] e uma consistência na entrega, mesmo num momento mais desafiador para o setor de saúde”, afirma a executiva.

Com controle de despesas e captura de sinergias, o EBITDA combinado do Fleury cresceu 10,6%, para R$ 376 milhões, uma margem de 22,1%, alta de 1,13 ponto percentual na comparação anual. No ano, a margem EBITDA ficou em 25,2%, praticamente estável em relação a um ano antes.

A companhia não abre o quanto de sinergias  já foram capturadas, mas afirma que está em linha com o guidance, que apontava de R$ 200 milhões a R$ 220 milhões por ano, dos quais 60% seriam capturados em 12 meses, 80% em 24 meses e 92% em 36 meses.

Além da extração de sinergias, a margem EBITDA vem sendo acompanhada de perto por analistas por conta do avanço da divisão de “novos elos”, que inclui serviços como clínicas ortopédicas e de infusões – que têm rentabilidade menor, ainda que o retorno sobre capital investido seja superior por conta da menor necessidade de capex em comparação à medicina diagnóstica.

A divisão apresentou crescimento de 17,9% em receita já considerando a empresa combinada, no quarto trimestre, representando 8,4% do faturamento total. Em 2023 como um todo, o avanço da divisão foi de 63,9%.

O Fleury fez diversas aquisições nessa vertical, mas no segundo semestre tirou o pé dos M&As em meio ao cenário de custo de capital mais elevado. “O cenário de juros está mais caro e há um desencontro de preços, que torna mais difícil fechar negócios. E só vamos avançar em oportunidades que façam sentido em termos dos nossos parâmetros de retorno”, afirma o CFO José Filippo.

Num cenário de alta sinistralidade e operadoras de saúde com balanços mais pressionados, o Fleury vem mantendo a resiliência frente as fontes pagadoras. As glosas – exames performados que são negados pelo plano – ficaram estáveis em 0,6% da receita bruta no quarto trimestre.

O prazo médio de pagamento aumentou 3 dias e o de recebimento aumentou 9 dias – em grande parte, por conta do novo perfil da companhia após a aquisição do Pardini, que tem uma participação maior no chamado lab to lab, que tem prazos maiores do que o de atendimento direto ao consumidor, afirma Tsutsui.

“Seguimos com consistência de resultado e trabalhando com os parceiros por soluções mais integradas, que aumentem produtividade e melhorem o desfecho [do paciente]”, diz a CEO.

No ano, Fleury+Pardini tiveram receita de R$ 7,7 bilhões, alta de 9,7%. O EBITDA ajustado, sem despesas de consolidação, cresceu 9,9%.

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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