Logo Exame.com
Mercados

Com queda no lucro, Heineken vive ressaca de 2023; Brasil é destaque positivo 

Embora tenha conseguido números positivos por aqui, no México e na China, cervejaria perdeu volume em todo o mundo e vê 2024 com cautela 

Heineken: Receita subiu 10% no Brasil no ano passado (Crédito Foto: Kham/File Photo) (Kham/File Photo/Reuters)
Heineken: Receita subiu 10% no Brasil no ano passado (Crédito Foto: Kham/File Photo) (Kham/File Photo/Reuters)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 14 de fevereiro de 2024 às 12:10.

Divulgados na quarta-feira de cinzas, os números da Heineken em 2023 trouxeram um gostinho de ressaca: as ações da fabricante de bebidas caíam 6% nesta manhã na Bolsa de Amsterdam.  

No ano, o volume total da empresa caiu 4,7% no mundo, refletindo a pressão na demanda depois dos aumentos de preços feitos ao longo do ano. A receita chegou a 30,3 bilhões de euros, 5,7% maior na comparação anual. O lucro, porém, caiu 14%, para 2,3 bilhões de euros, abaixo da previsão de analistas. 

Enquanto a operação global vê dificuldades, o mercado brasileiro ainda traz notícias positivas. Ao lado do México e da China, o Brasil foi um dos melhores em volumes e receita para a companhia, que tem intensificado despesas com marketing numa concorrência cada vez mais intensa com a Ambev.   

Por aqui, a receita da companhia cresceu em torno de 10%, puxada por reajustes de preços e pela maior venda dos rótulos premium, em especial a Heineken – o país é o maior mercado da “verdinha” em todo o mundo. O volume total de cerveja cresceu um dígito baixo, com a Heineken avançando 10% e a Amstel, mais popular, crescendo mais de 30%. 

Do ponto de vista global, o ano de 2023 enfrentou uma base de comparação difícil, com um crescimento forte de volume em 2022, além de ter visto o custo financeiro aumentar. Foi também no ano passado que a empresa deixou, de vez, de operar na Rússia, uma decisão tomada ainda em 2022 por causa da guerra na Ucrânia.  

Com um ambiente macroeconômico ainda de incertezas, o lema na Heineken para 2024 é cautela, nas palavras do CEO e presidente do conselho da cervejaria holandesa, Dolf Van den Brink.  

“Nosso foco daqui para frente será no crescimento da receita, equilibrado entre volume e valor, continuando a investir na construção de nossas marcas, inovações, capacidades comerciais e opções para o consumidor para oferecer criação de valor sustentável a longo prazo”, diz o presidente no relatório de resultados. 

Em 2024, com o preço das commodities e de energia mais baixos, a Heineken acredita que os custos vão crescer um dígito baixo por hectolitro, um alívio que deve se somar a uma economia de pelo menos 500 milhões de euros com a continuidade do programa de produtividade que a empresa adotou nos últimos anos. Assim, a empresa projeta um aumento de lucro operacional de um dígito no ano.  

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Continua após a publicidade
Pague Menos faz digestão da Extrafarma e registra lucro de R$ 54 milhões no 3º tri

Pague Menos faz digestão da Extrafarma e registra lucro de R$ 54 milhões no 3º tri

‘Never Bet Against WEG’: BTG faz mea culpa e eleva recomendação para compra

‘Never Bet Against WEG’: BTG faz mea culpa e eleva recomendação para compra