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Vulcabras cresce pelo 13º trimestre consecutivo e quer entrar mais na moda

Dona da Olympikus, Mizuno e Under Armour quer ser mais presente no universo fashion e avalia abertura de mais lojas próprias

Vulcabras: vendas fortes e ganhos de eficiência levaram a margem bruta recorde de 42,9% (H. Neto / Fractal Fotografia Esportiva/Reprodução)
Vulcabras: vendas fortes e ganhos de eficiência levaram a margem bruta recorde de 42,9% (H. Neto / Fractal Fotografia Esportiva/Reprodução)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 31 de outubro de 2023 às 18:19.

Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 17:45.

A Vulcabras acelerou o ritmo e chegou, pela 13ª vez, ao maior faturamento do trimestre – um avanço de 10,2%, para R$ 731,4 milhões. Agora, além de chegar à elite do esporte, a dona da Olympikus, Mizuno e Under Armour quer também ficar mais fashion.

“Essa é a grande novidade para o ano que vem. Vamos ampliar nossas categorias de moda para cada marca. O produto esportivo saiu das quadras e foi para o dia a dia das pessoas”, argumenta Pedro Bartelle, CEO da Vulcabras. A empresa está montando um centro de desenvolvimento estratégico para criar produtos de moda para as marcas – uma categoria em que Nike e Adidas já têm destaque.

Os números da companhia em 2022 e até agora de 2023 mostram que sua estratégia de focar nos esportes vem sendo acertada. Além do crescimento consecutivo das vendas, o lucro líquido saltou mais 30% no terceiro trimestre, chegando a R$ 127,6 milhões, enquanto os ganhos de eficiência também ajudaram a empresa a reportar recorde de margem bruta, a 42,9%.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 177,1 milhões, o maior registrado em um trimestre na história da Vulcabras, avanço de 34%.

“Não é uma coisa mercadológica. As coisas mudaram de patamar. Os insumos se estabilizaram, nosso e-commerce já traz uma margem bruta maior e o principal está em a empresa estar fazendo os produtos dentro da sua especialização”, diz Bartelle, destacando a saída do feminino, com Azaleia, que foi para a Grendene. “Nosso lucro foi o melhor das companhias do setor no primeiro semestre, pelos números que vimos, e eu considero que esse é o novo patamar da empresa.”

A virada de chave da Vulcabras está na entrada em mais categorias. Foi o que fez com a linha Corre, que colocou a Olympikus no segmento de performance de corrida, e o que tem feito com as marcas Under Armour e Mizuno. Recentemente, a empresa passou a fabricar as chuteiras Moleira, bastante conhecidas no universo do futebol.

Mas grande parte da nova fase da estratégia passa pela venda direta, que ajuda a companhia a ter melhor rentabilidade e também conhecer mais de perto seu consumidor.

Ainda muito novo, o e-commerce do grupo já chegou a 10,5% das vendas da companhia. Um ano antes não chegava a 6% do total. “Não temos pressa de crescer, porque o site só vai crescer rentável. Não queremos crescer a qualquer custo”, diz Bartelle.

O ganho de relevância do e-commerce tem feito a empresa também olhar mais para lojas físicas, que ainda são poucas. Apenas Under Armour e Mizuno têm lojas próprias — três de cada uma das marcas, além de três lojas de fábrica da Vulcabras. “O Brasil tem uma característica que prejudica as marcas de esporte que não têm lojas próprias, porque as lojas especializadas expõem pouco as categorias de vestuário. Então, para expor sua proposta fica mais difícil. Por isso estamos estudando aumentar a nossa participação em lojas físicas.”

No acumulado do ano, as ações da Vulcabras sobem 48,49%, a R$ 17,69.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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