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Beleza

Natura fecha acordo dentro de RJ da Avon Products; ação sobe 3%

Eliminando risco que pairava sobre o papel, empresa vai pagar US$ 34 milhões aos credores da Avon nos Estados Unidos, que entrou em Chapter 11 por conta de passivos relacionados ao uso de talco

Avon: holding detinha passivos anteriores à aquisição pela Natura (Michal Fludra/Getty Images)
Avon: holding detinha passivos anteriores à aquisição pela Natura (Michal Fludra/Getty Images)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 27 de novembro de 2024 às 16:51.

Última atualização em 27 de novembro de 2024 às 20:56.

A Natura &Co entrou em acordo com os credores da Avon Products Inc (API), holding da marca Avon para as operações internacionais, o que facilita o caminho para a conclusão do Chapter 11 empresa americana.

Criada 1886, a API tinha dívidas e passivos jurídicos, ligados a acusações de problemas de saúde pelo uso de seu talco, anteriores à aquisição pela Natura e acabou optando pela via de recuperação judicial nos Estados Unidos, tornando-se um risco relevante para a tese da holding brasileira. 

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A notícia suavizou as preocupações e fez o papel saltar quase 4%, depois da divulgação do fato relevante em meio ao pregão -- num dia de Ibovespa pressionado por contas das preocupações com o pacote fiscal.

Pelo acordo, a companhia vai pagar US$ 34 milhões em dinheiro, além do valor total do financiamento DIP (debtor-in-possession) no valor de US$ 43 milhões. A modalidade de crédito é utilizada em recuperações judiciais Também concordou em renunciar a todos os seus créditos.

Esse montante é muito próximo aos US$ 30 milhões propostos anteriormente para o pagamento das ações contra a Avon nos Estados Unidos por causa de acusações de problemas de saúde pelo uso de seu talco, anteriores à aquisição pela Natura.

Nos últimos anos, houve diversos casos na Justiça americana contra as empresas de higiene e beleza por problemas de saúde que poderiam estar relacionados ao uso de talco não pararam de crescer. Além da Avon, a Johnson & Johnson enfrentou acusações do tipo.

Em maio, a J&J se dispôs a pagar US$ 6,5 bilhões para encerrar disputas judiciais. No caso da Avon, o problema é menor do que o da concorrente. Mas ainda assim, o efeito da judicialização foi o de uma bola de neve para a API.

"Essa era a principal condição para as outras etapas do Chapter 11. Hoje, tiveram uma audiência antes da data programada, acordaram esse valor, que é uma diferença muito pequena em relação ao valor anunciado anteriormente. Portanto, isso é muito positivo. Muito provavelmente as etapas finais vão se materializar e o Chapter 11 vai acontecer conforme os planos da companhia", diz um gestor ouvido pelo INSIGHT.

Na semana passada, a proposta da Natura &Co foi a única qualificada e levou os ativos da Avon Products.

Como a API entrou com o Chapter 11, a Natura &Co perdeu o controle sobre ela e precisou fazer um oferta de US$ 125 milhões para recomprar os ativos operacionais. Para a aquisição, a Natura &Co, maior credora da API, vai usar seus créditos existentes contra a companhia como contraprestação.

A expectativa no mercado é que, em algum momento, com a situação equacionada, a Natura consiga vender as operações internacionais. A companhia já sinalizou que quer manter seu foco na América Latina.

No ano, o papel da Natura recua 10,78%, para R$ 14,89.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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