Nada feito: Suzano desiste de comprar International Paper
Companhia encerrou tratativas após "falta de engajamento" da americana, que mira fusão com a DS Smith, do Reino Unido
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Raquel Brandão
26 de junho de 2024 às 20:37
A Suzano jogou a toalha e, depois de diversas tentativas, desistiu da compra da americana International Paper.
Maior produtora de celulose do mundo, a Suzano afirmou que alcançou o que entende ser o preço máximo para que a transação gerasse valor, sem que houvesse engajamento da outra parte. Uma das travas para o negócio era o comprometimento da International Paper de fazer uma fusão com a britânica DS Smith.
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"Cabe destacar que sempre foi condição da Suzano para a concretização desta transação que houvesse o engajamento entre as partes em bases privadas, confidenciais e amigáveis. Não tendo sido possível avançar dessa forma, a Suzano optou por encerrar as tratativas", diz a empresa em seu comunicado.
O interesse da Suzano em comprar a International Paper havia tomado boa parte dos investidores de surpresa, que reagiram com ceticismo e levaram o papel a perdas de mais de 20%.
Fontes próximas à companhia afirmaram no início de junho que a Suzano poderia levantar até US$ 19 bilhões para a aquisição, de acordo com a Bloomberg. Esse valor, segundo a reportagem, ainda manteria a alavancagem no patamar de 5 vezes.
O principal temor de parte do mercado, no entanto, estava justamente na capacidade financeira da fabricante brasileira de absorver a gigante americana. Ainda assim, o negócio era bem-visto por muitos analistas do sell side. O time de research do Itaú BBA, comandado por Daniel Sasson, via a a assimetria de risco como positiva.
A aquisição poderia ser o último ato de Walter Schalka como CEO da Suzano. A partir de julho, a empresa passa a ser comandada por João Alberto Fernandez de Abreu, que foi CEO da Rumo, empresa de logística da Cosan.
A Suzano acumula alta de 3,69% no mês, com valor de mercado de R$ 66 bilhões. No ano, porém, o papel cai 7,85%.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado