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M&A à vista? O PagBank deveria se fundir com a Stone. Quem diz é o Itaú BBA

Empresas têm preço de tela semelhante e união daria musculatura para concorrer com os bancos em um cenário cada vez mais competitivo

PagBank: empresa “está se saindo melhor do que o esperado", diz Itaú BBA (PagBank/Reprodução)
PagBank: empresa “está se saindo melhor do que o esperado", diz Itaú BBA (PagBank/Reprodução)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

22 de julho de 2024 às 16:21

O setor de adquirência pode até não ser a bola da vez em meio a um ambiente de Selic menor, mas as mudanças que estão acontecendo nesse mercado favorecem uma consolidação, segundo a equipe do Itaú BBA.  

O time comandado por Pedro Leduc revisou as teses de investimento no setor e vê potencial de uma fusão entre PagBank e Stone, uma combinação que, segundo o relatório, poderia gerar sinergias significativas e fortalecer a posição competitiva de ambas. 

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“Embora eventos corporativos sejam difíceis de prever, vemos incentivos crescendo para PagBank e Stone”, escreve o time do BBA, que aproveitou a oportunidade para elevar PagBank de neutro para compra, com preço-alvo de US$ 16 – um prêmio de 23,45% sobre o preço de sexta-feira.  

De acordo com a equipe, o PagBank “está se saindo melhor do que o esperado”.  

Seu foco em expandir sua base de clientes e ofertas de serviços enquanto mantém a disciplina de custos deve continuar impulsionando os lucros ao longo dos ciclos, acreditam os analistas. Há cerca de um mês, foi o time do Goldman Sachs quem deu upgrade para o papel.  

Já a Stone foi mantida com recomendação “neutra” pela equipe do BBA, pois, embora tenha reportado faturamento maior e ganho de eficiência, esse efeito já foi precificado pelos investidores. O preço-alvo é de US$ 15, apenas 15,83% acima do fechamento do último pregão na Nyse, onde a ação é negociada.  

No entanto, é mesmo o cenário geral que leva à leitura dos analistas do BBA para um movimento de consolidação. Eles lembram que os volumes da indústria de cartões não estão crescendo como antes. Ganhos de participação de mercado são cada vez mais importantes para ganhar escala, exigindo uma abordagem e um preço mais competitivo de cada player. 

“Atualmente, todos os principais concorrentes de adquirência integraram-se a ecossistemas financeiros mais amplos com esforços aumentados para atender o segmento de PME”, observam.  

Nesse contexto, ter soluções semelhantes a bancos para comerciantes é cada vez mais importante para financiamento (ou seja, depósitos) e aumento de receita, uma vantagem competitiva que o PagBank apresenta, de acordo com os analistas. 

Além disso, eles afirmam que as taxas de juros no Brasil não vão cair como se esperava, enquanto o pré-pagamento está cada vez mais competitivo. Assim, PagBank e Stone teriam capacidades complementares – por terem começado em segmentos diferentes --  e várias fontes de sinergias de receita e custo.   

Uma empresa combinada teria “mais músculos para competir”, na visão do BBA. De acordo com as estimativas iniciais do time, chega-se a algo entre R$ 10 bilhões e R$ 18 bilhões em sinergia de valor presente líquido (de 25% a 40% dos valores de mercado combinados), um incentivo financeiro substancial para os acionistas e para o negócio. 

“Uma capitalização de mercado e múltiplos P/L semelhantes entre ambas as empresas, de aproximadamente US$ 4 bilhões cada, prepararam o terreno”, escrevem os analistas. Stone e PagBank seguem como os últimos grandes adquirentes independentes, reforçam os analistas, o que faz deles uma possibilidade de “fusão particularmente interessante”. 

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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