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Balanços

Lucro cresce 14% no 2º tri e Multiplan acelera recompra de ações e expansão de shoppings

Com os papéis descontados, recompra vira estratégia de curto prazo de alocação de capital

Multiplan: dona do Diamond Mall e do Morumbi Shopping chegou ao NOI (net operating income) recorde de 92% (Multiplan/Divulgação)
Multiplan: dona do Diamond Mall e do Morumbi Shopping chegou ao NOI (net operating income) recorde de 92% (Multiplan/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 25 de julho de 2024 às 21:37.

Última atualização em 26 de julho de 2024 às 10:54.

No segundo trimestre deste ano, a Multiplan repetiu a dose e veio com mais um resultado de números fortes. A receita líquida cresceu 7%, para R$ 540 milhões, ficando ligeiramente abaixo das previsões de mercado, que variavam, entre R$ 546 milhões e R$ 549 milhões. Mas conseguiu fazer o negócio ficar ainda mais rentável: o lucro líquido avançou 14%, para R$ 282 milhões, com as despesas crescendo em ritmo menor do que as vendas.

Foi uma “reação em cadeia”, segundo Armando d’Almeida Neto, CFO da companhia. “Tivemos uma boa combinação de vendas maiores, com aumento de ocupação e diminuição da inadimplência." O crescimento das vendas levou a inadimplência líquida negativa, que, por sua vez, levou a margens recordes.

No trimestre, as vendas brutas dos lojistas cresceram 6,3% para R$ 5,6 bilhões e o custo de ocupação caiu 13,2% para 13%. A taxa de ocupação chegou a 96% e a inadimplência líquida ficou negativa em 1% (efeito do recebimento de débitos pendentes de trimestres anteriores). “Os lojistas não querem correr risco de perder seus espaços”, diz. Foi nesse cenário que a dona do Diamond Mall e do Morumbi Shopping chegou ao NOI (net operating income) recorde de 92%.

Entre as explicações do executivo para o desempenho lucrativo estão os projetos multiuso da companhia e o avanço de iniciativas como o aplicativo Multi, cujos downloads passaram de 6 milhões. É uma aposta, conta ele, na experiência do cliente, com a possibilidade de estacionamento sem cancela e programa de fidelidade, o que atria maior fluxo de pessoas aos shoppings.

A companhia também fez um esforço importante de medidas para destravar valor. Uma delas tem sido a venda de terrenos que mantém em seu banco. No trimestre, vendeu quatro terrenos na cidade de Ribeirão Preto, no entorno de seu shopping.

Outra iniciativa foi a gestão do passivo. O custo médio da dívida chegou a 11,05%, contra os 12,26% que se tinha ainda no fim de 2023. Entre abril e junho, a Multiplan emitiu R$ 300 milhões em CRI a um custo abaixo da taxa do CDI e ampliou a sua posição de caixa em R$500,0 milhões em julho, por meio da emissão de uma debênture com prazo de sete anos. Ao fim de junho, a companhia tinha uma posição de caixa de R$1 bilhão e alavancagem de 1,4 vez.

Com saúde financeira, um dos principais focos da Multiplan tem sido a alocação de capital, que também é um ponto de atenção para o mercado. Apesar do bom momento operacional e da robustez do balanço, a ação vem sendo negociada a um múltiplo de 12x (o que tem sido regra, aliás, para todo o setor), mesmo patamar do início da pandemia e seus fechamentos temporários, um período sombrio para o setor de shoppings.

Uma das estratégias tem sido recomprar ações. No primeiro semestre a Multiplan já recomprou 4,9 milhões de ações (0,8% do total de ações), mais do que em todo o ano de 2023. Além da recompra de ações no valor de R$84,5 milhões, anunciou R$135,0 milhões de juros sobre capital próprio.

“Existem muitas oportunidades. No curto prazo é recomprar um pouco da ação. No longo prazo, a melhor alocação de capital é trazer novas áreas, comprar participação minoritária e fazer expansões existentes”, afirma.

Das sete expansões anunciadas, quatro já foram já lançadas e duas vão no quarto trimestre ainda. Atualmente, a Multiplan tem 2000 mil metros quadrados de expansão mapeados.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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