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Balanços

JBS supera (de longe) projeções e tem lucro de R$ 1,6 bi – com Seara voltando a voar

EBITDA consolidado vem 25% acima do esperado, puxado por aves e JBS Brasil; avalancagem cai para 3,7 vezes

JBS: Ritmo de desalavancagem ficou acima do esperado pelo mercado  (JBS/Divulgação)
JBS: Ritmo de desalavancagem ficou acima do esperado pelo mercado (JBS/Divulgação)
Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 14 de maio de 2024 às 18:28.

Última atualização em 14 de maio de 2024 às 19:21.

Puxada pelo ciclo favorável para o frango e por bovinos no Brasil, a JBS encerrou o primeiro trimestre com um lucro líquido de R$ 1,6 bilhão, revertendo um prejuízo da mesma magnitude no mesmo período do ano passado.

Os números vieram bem acima da projeção do mercado, que apontava para R$ 675 milhões, segundo o consenso da Bloomberg

A receita líquida avançou 3%, para R$ 89 bilhões. Mas os custos mais controlados, somados a iniciativas de eficiência especialmente na Seara, resultaram num EBITDA 26% maior, de R$ 6,4 bilhões – mais de R$ 1 bilhão acima da expectativa –, a despeito de um mercado ainda difícil para carne bovina nos Estados Unidos.

A margem EBITDA consolidada ficou em 7,2%, avanço de 4,7 ponto percentual em relação aos três primeiros meses do ano passado.

Nesse contexto, a alavancagem da JBS, um dos principais pontos de atenção do mercado, caiu de 4,42 vezes no quarto trimestre para 3,66 vezes no primeiro trimestre. A companhia encerrou junho com uma dívida líquida de US$ 15,9 bilhões, alta de 3,7% na mesma base de comparação.

O destaque no trimestre ficou por conta das operações de aves. A Pilgrim’s Pride, que opera nos Estados Unidos, já tinha divulgado resultados fortes, acima do esperado pelo mercado – muito embalada pela redução nos custos de grãos, que se traduzem em margem na veia no negócio.

LEIA MAIS: As novas ambições da JBS: o plano da gigante de alimentos para valer mais na Bolsa

A Seara, por sua vez, que vinha aquém das expectativas, houve uma melhora expressiva de rentabilidade – puxada tanto pelo ciclo favorável que aumentou o spread entre custo e preço de venda do frango, quanto por iniciativas de eficiência.

A receita líquida ficou estável na comparação anual, em R$ 10,3 bilhões, mas a margem EBITDA disparou, saindo da casa de um dígito baixo no começo do ano passado e retomando o patamar de 11,6% nos primeiros três meses de 2024 – sazonalmente mais fracos.

“[O aumento da rentabilidade] é consequência das diversas ações implementadas ao longo do ano passado, que resultaram em melhores indicadores operacionais, além dos menores custos de grãos, melhor equilíbrio de oferta e demanda, e do processo de maturação de novas plantas”, ressaltou a empresa no release de resultados. “As perspectivas para 2024 na Seara permanecem positivas.”

Na carne bovina, o balanço seguiu mostrando uma disparidade entre a operação saudável no Brasil e da Austrália e o momento ainda difícil do ciclo pecuário nos Estados Unidos.

Na JBS Brasil, o aumento dos volumes vendidos puxou um avanço de 17% na receita, para R$ 14,2 bilhões. Já o EBITDA dobrou, chegando a R$ 643 milhões, com uma margem de 4,5%, 2,1 ponto percentual acima do primeiro trimestre de 2023.

Já nos Estados Unidos, a receita subiu 6% em dólar, para US$ 5,6 bilhões, mas os preços ainda pressionados do boi gordo (principal linha de custo da companhia), comeram a rentabilidade e fizeram a divisão encerrar com EBITDA de apenas US$ 11 milhões, com margem de apenas 0,2%.

Ainda assim, houve alguma melhora, com o EBITDA voltando ao azul. No quarto trimestre, o segmento tinha registrando EBITDA negativo em R$ 149 milhões.

“Ao longo de 2023, diversas ações foram tomadas para melhorar a rentabilidade, tais como ajustes no departamento comercial, implementação de projetos visando a melhoria operacional, otimização do mix de produtos, entre outras iniciativas”, pontuou a empresa sobre a JBS North America.

“Todas essas ações implementadas serão fundamentais para enfrentar um ano que continuará desafiador.”

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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