Itaú BBA vê melhora de margens e dá upgrade em Rede D’Or
Equipe do banco diz que o 'valuation' está mais acessível ao mesmo tempo que grupo se destaca como o melhor desempenho do setor
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 29 de abril de 2024 às 12:47.
Última atualização em 30 de abril de 2024 às 18:44.
Na Rede D’Or, o pior já passou, segundo os analistas do Itaú BBA. O banco deu upgrade para a ação da empresa de saúde destacando um cenário de ganhos e sua posição de liderança no setor.
Além de mudar a recomendação de neutro para compra, a equipe do banco elevou o preço-alvo de R$ 30 para R$ 33 – um prêmio de 28% sobre a cotação de fechamento na sexta-feira, 26. Hoje, a mudança na tese de investimento do BBA está impulsionando o desempenho do papel, que avançava 2,6% perto das 12h, para R$ 26,53.
Quando rebaixou a ação em janeiro de 2023, o papel estava negociado a R$ 30 e a preocupação da equipe do BBA era de que o papel já estava caro em meio ao ceticismo quanto à adição de capacidade orgânica e um ambiente desfavorável para fusões e aquisições.
Mas ao beirar os R$ 26, a ação passou a ter um valuation “mais acessível”, segundo o relatório, já levando em conta um número um tanto conservador para 2025, num múltiplo de a 15x P/E.
A visão mais otimista se deve, também, a uma indicação de que o ano de 2024 começou mais favorável ao setor hospitalar, depois de anos de pressão nos custos de serviços médicos para os planos e consequente aumento de prazos de pagamento – o que ainda não está completamente recuperado, mas em evolução.
“O primeiro semestre de 2024 deve ver uma expansão decente da margem para a operação hospitalar, principalmente impulsionada por melhorias em materiais e medicamentos. Além disso, prevê-se que a rentabilidade melhore na SulAmérica, levando a um cenário de mais fôlego para ganhos”, escrevem os analistas.
Embora o ambiente ainda seja de recuperação para o setor de saúde, a Rede D'Or se destaca como uma das poucas empresas com bom desempenho, o que ressalta a importância dos líderes do setor em tais cenários.
É por isso que, para o banco, ela é o player mais óbvio para potenciais operações de fusão e aquisição que devem acontecer este ano. Em relatório recente, o banco apontou o grupo como o candidato de maior potencial para levar hospitais da Dasa e da Rede Américas, da Amil, caso eles venham a ser colocados à venda, por exemplo.
Além disso, a equipe também diz estar ganhando confiança na entrega de adições de capacidade mais robustas em 2024, com os principais projetos em áreas metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife avançando conforme planejado.
A melhoria da percepção vem, também, acompanhada do reconhecimento de que ainda há incertezas. Segundo a equipe, uma das lições vindas ao longo desse período é de que as adições líquidas orgânicas de leitos operacionais não corresponderam às expectativas do mercado em 2023.
A expectativa mais alta foi resultado de uma onda de descredenciamento de algumas cooperativas médicas, como aconteceu com a Unimed, mas que deve ser um movimento menos intenso em 2024 em comparação a 2023.
“De qualquer forma, vemos nossa projeção de adição líquida de 400 leitos em 2024 já deixando espaço para um eventual contratempo na acreditação no ano. Além disso, não esperamos que o cenário de recebíveis prolongados pelos pagadores e maiores glosas melhorem tão cedo”, reconhecem.
Ainda assim, a equipe do banco vê uma combinação de uma boa expansão da margem Ebitda nos serviços hospitalares e a melhoria contínua da inflação médica em SulAmérica, “o que vai proporcionar um crescimento de lucro satisfatório a curto prazo.”
Saiba antes. Receba o Insight no seu email
Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade
Acompanhe:
Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado