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Fusões e Aquisições

Em um de seus maiores M&As, Prio negocia compra de 40% campo de Peregrino por US$ 1,6 bi

Proposta na mesa é de US$ 1,9 bilhão, mas daria acesso a US$ 300 mi em caixa; não há outros competidores no páreo

Plataforma da Prio: Compra de Peregrino traria incremento de 41% na produção (Prio/Divulgação)
Plataforma da Prio: Compra de Peregrino traria incremento de 41% na produção (Prio/Divulgação)

Publicado em 25 de setembro de 2024 às 12:19.

Última atualização em 25 de setembro de 2024 às 19:26.

A Prio (antiga PetroRio) disse hoje que está negociando a compra de participação de 40% da chinesa Sinochem no campo de Peregrino, na Bacia de Campos, numa das aquisições mais significativas para a companhia que se consolidou como uma máquina de M&A e de geração de valor nos últimos anos.

Segundo fontes próximas à companhia ouvidas pelo INSIGHT, a proposta na mesa é próxima de US$ 1,9 bilhão – mas como a aquisição dará direito a cerca US$ 300 milhões em caixa, o valor líquido ficaria mais próximo de US$ 1,6 bilhão."O negócio teria condições muito boas para a Prio", diz uma delas, destacando que o campo foi avaliado em US$ 6 bilhões numa auditoria inicial.

A companhia já vinha sinalizando o interesse no ativo há algum tempo – e, no mercado, a especulação era de que o acordo já estivesse praticamente fechado, dado que não há outros competidores no páreo. "O fato relevante deles dizendo que não tem nada fechado ainda de certa forma surpreendeu", disse um gestor, apontando que a expectativa de aquisição já estava de certa forma nos preços.

Hoje, os papéis caem 3,27%, puxados também pelo recuo nos preços do petróleo, devolvendo parte da alta de 4,40% do último pregão.

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A US$ 1,6 bilhão, o negócio sairia com uma taxa de retorno desalavancada de 20% em dólar, nas contas do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) – em linha com o que a empresa vinha sinalizando ao mercado em termos de rentabilidade num caso de fusões e aquisições.

O cálculo não leva em conta uma possível redução do opex do campo, que hoje está em US$ 450 milhões por ano, pressionado por custos de energia mais altos, uma vez que a plataforma passou a usar diesel em vez de gás para geração de energia. "Se essa questão for endereçada, isso poderia trazer mais upside para nossas estimativas", escreveu o analista Pedro Soares, em relatório, sinalizando que vê espaço para eventualmente acomodar um preço um pouco mais salgado.

O campo –  operado pela petroleira norueguesa Equinor, que detém os outros 60% do ativo – traria um incremento relevante na produção de petróleo da Prio.

A produção média de 40% do campo de Peregrino no ano está em 34 mil barris de petróleo por dia, o que representa aproximadamente 41% da produção média da Prio no mesmo período.

"Acreditamos que essa aquisição é apenas o primeiro passo em uma estratégia mais ampla para eventualmente comprar todo o campo. Esperamos que a Equinor venda sua participação no ativo nos próximos anos", disse o BTG em relatório. Como minoritária, a Prio teria direito de preferência na compra.

A compra, no entanto, não deverá resultar em um ganho imediato de eficiência, já que a Equinor permanecerá como operadora do campo. Mesmo assim, a aquisição reflete a estratégia agressiva da Prio em expandir sua presença no setor por meio de fusões e aquisições, o que tem rendido resultados positivos. Desde 2018, as ações da companhia subiram 3.800%.

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Guilherme Guilherme

Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Formado pela Universidade Metodista de São Paulo. Cobre mercado financeiro na Exame desde 2019. Também trabalhou na revista Investidor Institucional e participou do 9º Focas de Jornalismo Econômico do Estadão.

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