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Deflação de alimentos e integração do BIG pesam no balanço do Carrefour

Lucro líquido da companhia caiu 59%; agora grupo foca em geração de caixa

Carrefour: palavras de ordem são disciplina, gestão de custos, e geração de caixa (Carrefour/Divulgação)
Carrefour: palavras de ordem são disciplina, gestão de custos, e geração de caixa (Carrefour/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 31 de outubro de 2023 às 20:06.

Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 17:43.

A integração do BIG continuou a pressionar os números do Carrefour Brasil no terceiro trimestre. O lucro líquido da companhia caiu 59%, para R$ 132 milhões, com os custos de conversão ainda pesando e perdas por causa da troca de sistemas.

“Todo o trabalho de integração do BIG já foi feito, agora é o processo de maturação das lojas”, diz Eric Alencar, CFO do Carrefour Brasil.

As projeções da companhia são de que as lojas convertidas cheguem ao nível de maturação até 2025. Até agora, porém, os números das lojas convertidas em Atacadão dão indicações positivas: as vendas like for like das lojas cresceram 22,2%.

Depois de anunciar a saída de Daniel Mora, CEO de varejo, a companhia encerrou o processo de cortes vindos após a compra do BIG, garante o CEO do Carrefour Brasil, Stephane Maquaire. “Agora vamos seguir ajustando nosso quadro de acordo com as necessidades do nosso negócio, aumentando na área de digital, por exemplo. Na alta liderança não esperamos mais mudanças mas pode acontecer a qualquer momento.”

No trimestre, a receita líquida do grupo caiu 3,9%, para R$ 28,2 bilhões. Parte importante do impacto veio pela deflação de alimentos, que pressionou os resultados da rede de atacarejo Atacadão, que responde a 70% do negócio. Isso aconteceu, explicam os executivos, porque as vendas para clientes comerciais diminuem o ritmo de compras diante da perspectiva de preços menores à frente. “Vimos uma melhoria progressiva entre os três meses do trimestre. O que podemos dizer é que estamos nos preparando para um fim de ano bem melhor”, afirma o CFO.

No varejo, as vendas também caíram. O recuo de cerca de 15% tem a ver com a redução de área, como a saída do grupo da modalidade de supermercados que operava em Minas Gerais. “No hipermercado, continuamos operando”, diz Maquaire.

Agora, porém, as palavras de ordem são disciplina, gestão de custos, e geração de caixa, garantem CEO e CFO. “Conseguimos reduzir em R$ 1,4 bilhão o endividamento porque também fizemos melhor gestão de estoques e capital de giro”, explica o CFO. A empresa encerrou o período com alavancagem de 2,7 vezes.

Entre as boas notícias estão o crescimento de 50% do ecommerce, com destaque para o avanço de 67% das vendas online na divisão alimentar, um dos focos da empresa. Além disso, no Banco Carrefour, a inadimplência ficou menor do que o mercado. O Ebitda do braço financeiro cresceu 42%, para R$ 235 milhões.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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